Friday, June 30, 2006

Argentina dá adeus, brasileiros comemoram

A Argentina acaba de perder para a Alemanha. Vai embora para casa. Um dos países favoritos para vencer esta Copa está fora.

Os brasileiros comemoram, urram, gritam. É a antiga rivalidade e o despeito brasileiro, como sempre, que na verdade só consegue ser superior à Argentina no futebol - e olhe lá. Se fosse só uma questão futebolística, até vá lá, mas no Brasil argentino não passa de escória, de babaca, de índio - e como se nós não fôssemos - e o que você quiser imaginar em termos de adjetivos pejorativos. E isso tudo APENAS por uma questão futebolística. Esta é a nação-bola.

Na América Latina, por exemplo, o Brasil foi o país de menor crescimento econômico (2,8%) em 2005, inferior aos números da Argentina (7,5%), Chile (5,9%) e México (3%).

Mas mesmo assim comemora. Êta povinho...

Baiano bom!

É verdade, esse baiano é bom! Eu o adoro. E não é Caetano Veloso, Dorival Caimmi e nem Jorge Amado, que são os únicos tótens da paisagem baiana além do Farol da Barra e do Pelourinho. Talvez seja a única coisa boa que vem da Bahia: o charuto Dona Flor.

O charuto Dona Flor é produzido pela tabacaria Menendez & Amerino, fundada em 1977 pelo exportador de fumo, Amerino, associado ao charuteiro cubano Menendez, que trabalhava na confecção de charutos Monte Cristo e H. Upmann. O Dona Flor, além de quatro opções de tamanho (coronas, doble-coronas, churchill e robustos), oferece duas capas,: mata fina, escura originaria da Bahia, e connecticut .originária dos Estados Unidos.

Este ótimo charuto destaca-se pela qualidade e sabor considerado encorpado para os padrões brasileiros, mas suave, se comparado aos cubanos. Sua embalagem é diferenciada e harmoniza perfeitamente com a qualidade do produto.

Experimente.

Alemã deliciosa

Quem me conhece sabe que sou um fissurado em cervejas. As européias são as que mais me atraem: gosto forte, sabor marcante, amargor na dose certa, teor alcoólico bom e fermentação variada.

Como meu papel aqui é travar uma batalha contra a burrice e a idiotice, uma boa dica para sair da mesmice e das coisas banais é esta cerveja tipo Weissbier, a Erdinger, alemã, feita de trigo, uma especialidade da região da Baviera.

A segunda fermentação da Erdinger é feita na própria garrafa, o que dá à bebida uma aparência ligeiramente turva, além de um sabor delicioso. Durante a copa, a Erdinger pode ser encontrada num kit especial, com duas garrafas e um copo inspirado na taça da Fifa. O kit está à venda em grande redes de supermercados e delicatessens, pelo preço médio de R$ 40.

Thursday, June 29, 2006

Duda Mendonça esteve por aqui...(?)












Esses logotipos não têm uma semelhança incrível?

Isso prova uma coisa: Durante os encontros do Foro de SãoPaulo, havia espaço não só para definir a tomada do poder pela via "democrática" nos países da América Latina, mas inclusive campanhas de marketing e propaganda visual dos governos "by FSP". No caso do Brasil, só faço uma reparação: ao invés de "Um país de todos" , o mais correto seria "Brasil - um país de TOLOS". Ou "TOSCOS".

Verdade Sufocada

Olha aí, outro sucesso de vendas:

VERDADE SUFOCADA - HISTORIA QUE A ESQUERDA NÃO QUER QUE O BRASIL CONHEÇA
Autor: USTRA, CARLOS ALBERTO BRILHANTE

Sinopse:
Neste livro o autor conta como os órgão de segurança derrotaram as organizações terroristas em seu período de maior intensidade. Na luta armada, foram cerca de 500 vítimas, de ambos os lados, um número bastante reduzido se o compararmos com os demais países da América Latina que, também enfrentaram o terrorismo. Além dos relatos, o autor procura desfazer mitos, farsas e mentiras divulgadas para manipular a opinião pública e para desacreditar e desmoralizar aqueles que a venceram.

Este eu ainda não li, mas confesso que já estou doido para devorar. Livros que desbancam as historinhas dos dragõezinhos da esquerda brasileira me apetecem. E muito. Vejam a resenha de um leitor que leu:

"A verdade não faz mal, mormente em se tratando de história. Testemunhei muitos dos fatos narrados, a morte de um subinspetor de polícia em BH e o frio assaniato de um Guarda Civil na mesma cidade. O cel Ustra com a coregem moral e intelectual, provinda de berço acaba de prestar um grade serviço aos jovens que com certeza terão acesso a verdades sonegadas´pelo valhacouto de metirosos que assolam o Brasil."

Outra leitura obrigatória a você, candidato a pensante.

Wednesday, June 28, 2006

Maldito Código Da Vinci

Eu não li "O Código Da Vinci". Não li e não tenho a menor pretensão de ler. Não me apeteço a consumir aquelas coisas que 99% das pessoas que se dizem inteligentes consomem. Ainda mais já sabendo de antemão que 99% dos brasileiros que se dizem inteligentes são 100% imbecis.

O "O Código Da Vinci" foi a febre de 2004/5. Vi gente comentando sobre Opus Dei em cada esquina e em cada galeria das Lojas Americanas ou do Carrefour. Todo mundo virou autoridade bíblica. Todo mundo "descobriu a verdade". Até aqueles indivíduos quadrúpedes, cuja capacidade mental e intelectual só alcança Tati Quebra-Barraco, Claudinho e Boxexa e Domingão do Faustão, leram o "Código". E gostaram. Daí a gente vê o nível.

O livro foi tema de debates até em churrascos nas lajes da Baixada Fluminense - veja só! -onde a imagem mais próxima do que podemos chamar de vida inteligente - se é que podemos - se resume a homens-leitões que discutem sobre o último jogo do Framengo aos gritos, nadando em copos de requeijão cheios de cerveja barata; e mulheres-elefante, socadas em malhas de coton a rebolar a tempestade de banha enquanto seguram um cigarrinho numa mão e um copinho de cerveja na outra. Isso sem contar aqueles pés inchados com unhas pintadas de rosa metálico pela enésima vez sambando em cima de sandálias altas. E claro, um bom pagodinho no fundo.

O "O Código Da Vinci" venceu barreiras, como vocês podem ver. E agora é o mais novo exemplar do que podemos chamar de fenômeno de massa. E como eu sempre sou totalmente contra as massas - a não ser as italianas - eu não vou ler.

Ann Coulter no topo dos mais vendidos - e da mais "odiada".

O novo livro de Ann Coulter - "Godless - The Church of Liberalism" está em primeiro lugar na lista de Hardcover Nonfiction do New York Times!!!

E a polêmica - como sempre - acompanha a escritora/colunista. No seu livro - um dos aspectos laterais - ela critica algumas viúvas de vítimas dos atentados de 11/setembro (o vôo 93) por acusarem o governo da "culpa" das mortes - ganhou corpo e, parece, sobrevive sem a necessidade do livro. Certamente as viúvas citadas tiveram seus cérebros atolados com as teorias da conspiração mais hediondas - alimentadas pelo democratas - que colocam o governo de George Bush como o responsável pelos ataques ao Pentágono para justificar sua "Guerra ao Terror". Pois bem, Ann a certa altura escreve que "nunca viu pessoas desfrutando tanto a morte de seus maridos" como as citadas viúvas.Pronto.

Coulter se transformou o alvo preferencial da ira dos liberais, mais até do que a acusação do título do livro de serem defensores também de uma espécie de religião - a religião do ateísmo.Seu livro foi catapultado aos primeiros lugares da lista dos mais vendidos e então ela começou a receber outro tipo de acusação: o de explorar a morte de outras pessoas para obter lucro pessoal.Vejam a transcrição de sua entrevista no "Hannity and Colmes" no Fox News.

Leiam aqui como seu livro está sendo "boicotado" no estado de New Jersey - terra natal das viúvas.

Meus cometários:
Com relação ao seu comentário às viúvas, a crítica é em relação ao endeusamento das 'vítimas' tanto lá quanto aqui mesmo no Brasil. Se alguém é 'vítima' então nada mais pode ser dito da pessoa, nenhuma crítica, nenhum reparo. Parece que a ´vítima' em questão perde até a responsabilidade por seus próprios atos. Vira uma espécie de Michael - "ah, ele não teve infância" - Jackson. Um estado de semi-cidadania.Aqui no Brasil vemos isso às centenas, bem debaixo de nossos narizes, e ENGOLIMOS este lixo: crimonosos são 'vítimas' da sociedade. Arruaceiros presos são 'vítimas' de um governo repressor..Coulter tem o dom de chamar as coisas pelo o que elas são - e reebe o ódio de seu detratores relativistas em troca.Outro causa da gritaria é a inveja: o posto número um de exploradores das tragédias alheias sempre foi dos democratas. Quanto Michael Moore já faturou com suas mentiras? Quanto já ganhou com a morte daqueles estudantes em Columbine? Não posso precisar, mas isto deve ser muito mais do que Coulter obterá com o lucro de "Godless".A raiva dos democratas é que, depois de que os republicanos assumirem a liderança política incontestável nos Estados Unidos a eles ainda restavam domínio Hollywood e o mercado literário. Com Coulter dominando os best-sellers e Andy Garcia (com seu novo filme derruba-mito "The Lost City" - um retrato realista da revolução cubana) tateando seu lugar em Hollywood, o tempo parece se esgotar.

PS.: Que dobradinha!! "A Verdade Sufocada" nos primeiros lugares por aqui e Coulter nos EUA.. Só falta agora seu livro ser publicado por aqui.

O Terrorismo biológico do PT

A revista "Veja" publicou mais uma faceta dos métodos e ações que o PT usou - e usa - para chegar e se manter no poder.Eis aqui a transcrição completa da matéria.
Terrorismo Biológico do PT

"No dia 22 de maio de 1989, durante uma inspeção de rotina, um grupo de técnicos descobriu o primeiro foco de uma infecção devastadora conhecida como vassoura-de-bruxa numa plantação de cacau no sul da Bahia. A praga é mortal para os cacaueiros. Os técnicos, porém, se tranqüilizaram com a suposição de que se tratava apenas de um foco isolado. Engano. Em menos de três anos, de forma espantosamente veloz e estranhamente linear, a vassoura-de-bruxa destruiu as lavouras de cacau na região – e fez surgir um punhado de explicações para o fenômeno, inclusive a de que o Brasil poderia ter sido vítima de uma sabotagem agrícola por parte de países produtores de cacau da África, como Costa do Marfim e Gana. Reforçando, então, as suspeitas de sabotagem, técnicos encontraram ramos infectados com vassoura-de-bruxa amarrados em pés de cacau – algo que só poderia acontecer pela mão do homem, e nunca por ação da própria natureza. A Polícia Federal investigou a hipótese de sabotagem, mas, pouco depois, encerrou o trabalho sem chegar a uma conclusão. Agora, dezessete anos depois, surge a primeira testemunha ocular do caso. Ele conta que houve, sim, sabotagem, só que realizada por brasileiros.

Leiam o texto completo aqui

Grandes Brasileiros IV - ROGER

Não é brincadeira. É sério. Roger do Ultraje à Rigor é um exemplo vivo de um brasileiro pensante, inteligente, criativo e atuante.

Alfabetizou-se sozinho aos três anos de idade. Fez o primeiro grau (primário e ginásio) no Liceu Pasteur e o segundo grau (colegial) no Objetivo. Cursou até o terceiro ano de Arquitetura no Mackenzie. É formado em Inglês pela Michigan University. Fez o Conservatório Dramático e Musical, o Conservatório Musical Brooklin Paulista, o Clam e a Fundação das Artes de São Caetano do Sul. Morou em San Francisco, California, por um ano e meio, entre 1979 e 1980. Toca guitarra e flauta.

Apresenta extrema facilidade para lidar com praticamente qualquer conteúdo formal, sejam matérias escolares, disciplinas de arquitetura ou música. Demonstra grande capacidade para o aprendizado acadêmico, apresentando grande precocidade e rapidez de progressão escolar.

É membro da famosa organização Mensa International, com um QI que foi medido como sendo de 172 no teste de Cattell, o que equivale a um QI Stanford-Binet de 148.

Além de saber lidar com os aspectos formais da música (letras e partituras), é um excelente guitarrista e vocalista. Seu hit "A Gente Somos Inútil", de 1985, foi uma das maiores porradas na cara do Brasil e um dos melhores retratos - talvez o melhor - de como somos uma republiqueta de jecas e bovinos.

Tuesday, June 27, 2006

Dissolvendo os EUA

Como este blog se destina à descretinização nacional transcrevo aqui um excelente artigo do grande filósofo Olavo de Carvalho, publicado pelo Diário do Comércio em 23/06/2006.

Resumo: Só mesmo nesse templos da ignorância que são a universidade brasileira, a Folha de S. Paulo e a Escola Superior de Guerra pode haver ainda quem acredite que globalismo é "imperialismo americano".
© 2006 MidiaSemMascara.org

Entre os conservadores americanos, o escândalo do mês é o relatório do Council on Foreign Relations (CFR) que propõe – nada mais, nada menos – a abolição das fronteiras entre os EUA, o México e o Canadá. O plano seria implantado com rapidez fulminante. Por volta de 2010 a nação de Washington e Jefferson simplesmente teria deixado de existir, sendo substituída por uma "Comunidade Norte-Americana" multilíngue e sem identidade cultural.

O documento é de dois anos atrás: a novidade chocante é que o presidente Bush, discretamente, assinou em 2005 um acordo com os governos dos dois países vizinhos para implementá-lo. Ninguém até agora tinha prestado atenção nisso. E ninguém poderia imaginar que o governante eleito por uma maioria de conservadores e nacionalistas tivesse se deixado envolver tão profundamente numa trama globalista anti-americana.

A proposta é nitidamente inspirada na idéia do
velho Morgenthau, de chegar ao governo mundial por meio de sucessivas integrações regionais, e se harmoniza às mil maravilhas com a constituição simultânea de uma União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas , inevitavelmente mais dependente de ajuda internacional do que nenhum país capitalista jamais foi.

Só mesmo nesse templos da ignorância que são a universidade brasileira, a Folha de S. Paulo e a Escola Superior de Guerra pode haver ainda quem acredite que globalismo é "imperialismo americano". O relatório pode ser lido, na íntegra, no site
cfr.org.

***

Primeira Leitura fechou por falta de anunciantes, enquanto o governo alimentava com verbas oficiais uma revista de propaganda lulista. Tal é o estado de coisas na mídia nacional.

Trinta anos atrás, a distinção entre o jornalismo profissional e o subjornalismo de partido era um ponto de honra para os membros da classe. Cláudio Abramo, mais comunista que Che Guevara, jamais tentou transformar a Folha de S. Paulo num órgão de propaganda esquerdista. Roberto Marinho, um dos mentores do regime de 1964, protegia os comunas do Globo, porque sabia que colocavam a ética da profissão acima do partidarismo.

Hoje em dia um sujeito trabalha para o governo cubano, faz pregação comunista em panfletos eletrônicos com foice e martelo no logotipo, e não só é reconhecido como jornalista profissional mas também ganha um cargo na diretoria da ABI. Depois, chamado de "agente de influência", que é precisamente o que ele é, se finge de ofendido e processa o jornal que disse a verdade. Não sou de fazer alusões sem dar nome aos burros. Que tal "
Mário Augusto Jacobskind"?

Já tive meus
arranca-rabos com Janer Cristaldo, mas subscrevo integralmente o que ele disse no seu último artigo: "Jornalista que vende sua capacitação para ideologias ou partidos não passa de um venal. Uma vez que optou pela prostituição, deveria ser sumariamente excluído, e para sempre, das redações de jornal."

Na realidade do Brasil atual, excluídos são os outros. O próprio Janer, por exemplo.

Contra o Brasil - DIOGO MAINARDI

Insistindo na missão - vã e ingrata - de lutar contra a burrice e mediocridade alheia volto a dar dicas de leitura edificantes. Taí outra jóia literária:

Contra o Brasil - DIOGO MAINARDI

Sinopse:
O protagonista, Pimenta Bueno, conduz o leitor por uma narrativa que so faz degradar o pais. Só que os improperios nao surgem do nada, reproduzem a opinão de celebridades que andaram por terras brasileiras: Darwin, Camus, Eça de Queiros e outros.

Leitura obrigatória.

Chico Buarque e sua Cuba

Sou um fã e um apreciador inveterado da obra de Chico Buarque de Hollanda, mas acho que Chico devia ter ficado calado em uma série de entrevistas recentes, onde afirmou que:

“Tenho amigos, hoje, um pouco distantes. É essa a minha relação com Cuba. Existe, é claro, para a minha geração, um outro tipo de relação, afetiva, que vem da revolução cubana. Nos anos 60, aquilo era muito forte para nós. Um exemplo de resistência. Ainda hoje o ditador Fidel Castro, como gostam de dizer os jornais, inclusive a Folha... Ele é o único adversário dos Estados Unidos na América Latina que resistiu a golpes de Estado e assassinatos e está ali. Todos os outros foram depostos ou assassinados. Ele sobreviveu a vários atentados. Manteve e mantém até hoje uma posição altiva. E isso é algo que ninguém deve ignorar e que eu admiro. Quanto a fuzilamentos ou a prisão de dissidentes políticos, fico contrariado, porque não gosto e não concordo com isso. A questão toda é muito delicada. Eu gostaria que Cuba fosse um país democrático. Agora, eu gostaria de uma maneira, e o Bush gostaria de outra. Cuba poderia ser hoje o Haiti. Cuba não é. É claro que me desagrada a idéia de um partido único, de liberdades vigiadas, mas existe ao mesmo tempo a necessidade de um controle para manter os valores da revolução, que a meu ver são louváveis.” Folha de São Paulo - 26/12/04

Depois de ler essa célebre parte da entrevista, fiquei-me a perguntar: como alguém pode ter alguma relação afetiva com Cuba? Como alguém pode acreditar que Fidel Castro -- o velho capenga e desmiolado -- pode ser inimigo número um dos Estados Unidos? Como alguém pode nutrir afeto por um regime tirano que escraviza e condena à pobreza sua própria população?

Parece piada, mas não é. Chico Buarque, por onde passa, sai destilando essas tolices. Para ele, um país economicamente insignificante, insuficiente, pobre e miserável, é uma forte contraposição a maior potencia econômica do mundo.

O mais lamentável, é vê-lo pôr à violação aos direito humanos como um mero detalhe. Manter os “valores da revolução” em cima da morte de milhares inocentes, que, simplesmente, se contrapuseram ao regime, para ele, “é louvável”. Mas como eu não sou tolo a ponto de achar bonita uma atrocidade como essa, contrariamente ao Chico Buarque, ao invés de ficar tocando cavaquinho, eu trago-lhes o resultado da revolução:

“Fuzilados: 5.621. Assassinados extrajudicialmente: 1.163. Presos políticos mortos no cárcere por maus-tratos, falta de assistência médica ou causas naturais: 1.081. Guerrilheiros anticastristas mortos em combate: 1.258. Soldados cubanos mortos em missões no exterior: 14.160. Mortos ou desaparecidos em tentativas de fuga do país: 77.824. Civis mortos em ataques químicos em Mavinga, Angola: 5.000. Guerrilheiros da Unita mortos em combate contra tropas cubanas: 9.380. Total: 115.127” - Cuba em Números.(Belos valores, não?)

Chico Buarque é uma pérola; um ícone para o Brasil. Respeitado tanto na música quanto na literatura -- ou em qualquer coisa que ele queira se meter. Ao lado dele, existe outro “cabeça-chata”: Caetano Veloso. Seja na ciência, na física, na química, nos estudos epistemológicos, na medicina, na agropecuária, na política ou na economia, você sempre se deparará com 50 ou 100 opiniões desses dois – opiniões idiotas, é lógico.

O eterno garoto dos olhos verdes, fala manso, não tem inimigos, é cativante, é um sujeito que agrada quase 100% da população brasileira. Em 2004, ele escreveu um dos piores romances de todos os tempos; mas pouco importa se é ruim, o que interessa é que ele sempre será premiado pelas porcarias que faz. No Brasil, não interessa a qualidade, o que importa é que foi feito por ele.

Como se não bastasse tanta bajulação que ele recebe por esses solos, José Saramago, um incansável herói da estultice, tratou de elogiar o livro do seu camarada Chico. Segundo Samarago, depois desse esplendoroso romance, o "Brasil começará a tomar rumos diferentes"... E eu bem tinha percebido que estávamos ganhando o jeitinho da Suíça.Se Saramago ao menos soubesse pontuar seus próprios livros, daria para levá-lo sério...

O fato, é que o Brasil tem o costume de fazer escolhas erradas. Um exemplo entre dois economistas brasileiros, talvez explique os motivos pelos quais de Chico Buarque seja um grande ídolo dessa nação. Vejamos:O Brasil teve dois economistas que se destacaram e ganharam fama. O Celso "Mijado" e Roberto Campos. O primeiro, criou as piores teorias econômicas já vistas: Defendia a regulamentação da economia; o aumento do estado e a expulsão dos capitais estrangeiros. Já o segundo, era seu antípoda. O que Campos defendia Furtado condenava. Campos era a favor da liberdade no seu sentido mais amplo. Defendia a desregulamentação da economia; a privatização; a inserção do Brasil no processo de globalização; o incentivo à entrada de capitais estrangeiros e etc.

Mordaz, agressivo, insistente na defesa de suas idéias, Campos foi perseguido durante metade de sua vida por uma multidão de inimigos que o chamava ironicamente de "Bob Fields".

Por outro lado, o Celso Furtado, o rei das teorias infundadas, morreu idolatrado e quase inquestionável nessa republiqueta. Como se não bastasse, hoje, as suas teorias são estudadas em todos os cursos de economia pelo Brasil afora -- enquanto nos outros países se estudam Mises e Hayek.

Esse exemplo escancara toda anomalia na hora de fazer escolhas; toda incapacidade de aprender com os erros e toda burrice que acomete os brasileiros...Como não sou um “brasileiro que não desiste nunca”, termino com alguns questionamentos que não saem da minha memória - Chico, se algum dia você ler esse texto, o que é pouco provável, me responda: Por qual motivo você condenou a ditadura brasileira, exilou-se, e, hoje, apóia uma ditadura que já matou quase 20 vezes mais da qual fugiu? Por que, Chico? Por quê? Os cubanos te imploram: Afaste deles esse... “Cálice”.

Grandes Brasileiros III - BUSSUNDA

Eu estava devendo minha modesta homenagem aqui ao meu amigo Bussunda, que infelizmente nos deixou na semana passada. Aquele ditado que diz que "Vaso ruim não quebra" é cada vez mais adequado quando um cara tão genial como ele teima em falecer enquanto gente - se é que este substantivo é aplicável a estes indivíduos - como Anthony Garotinho, Delúbio Soares, Paulo Maluf, Sérgio Naya, Jáder Barbalho, Antônio Carlos Magalhães, José Paulo Cunha, José Dirceu, Roberto Jefferson, Rosinha Garotinho, Ricardo Teixeira e tantos outros milhões de nomes - que não valem nem a pena ser lembrados - continuam desfrutando impunemente do dom de estar vivo.

Bussunda era artista, jornalista, redator, argumentista e uma pessoa dona de um imenso coração. Imenso como ele e a sua alegria de viver. Amava a família e o flamengo. Vivia para os dois.

Tive a honra de trabalhar como diretor de arte ao lado deste brasileiro durante 6 anos e agradeço a oportunidade que me foi concedida. Foi inspiração e estímulo durante anos.

Esse nosso Brasil dos corruptos, dos miseráveis, dos imbecis, dos ignorantes, dos ridículos, dos ufânicos e dos bovinistas ficará menos disfarçado com a partida do Bussunda, e por isso com muito menos motivos para se gargalhar, mesmo que apenas 1 vez por semana.

Adeus, Bussunda. Obrigado.

Brasil 3 x Gana 0

Pois é. Mais um joguinho de futebol. Mais um show de preguiça, imbecilidade e macaquice, três das 5 características principais do nosso povo (as outras duas são irracionalidade e arrogância) .

Mais um dia de muito "patriotismo" - este patriotismo que só acorda a cada 4 anos - e se enche de uma inexplicável emoção alcoólica e uma paixão desvairada pela nossa nação jéquica e decadente resumida a bandanas e bandeiras nacionais.

O Brasil venceu Gana.
E isso ninguém pode negar: INDOLÊNCIA 3 . GANA 0.

E o povo no ápice da imbecilidade comemora nas ruas.

E nosso Jeca Tatu ataca novamente

Quando se pensa que nosso débil presidente desta republiqueta de jecas não pode mais se superar, se depara com uma notícia como esta:

Governo autoriza aumento de R$ 5,1 bilhões para o Judiciário - ( O Globo - 24/06/2006)

Não imagino que nosso gado bovino chamado povo brasileiro se espante com uma boa nova deste calibre. Afinal foi este mesmo gado que colocou o Lula-lá. Nada que não passe por cerveja, futebol - ah, o nosso futebol...!- e carnaval pode tirar o nosso tão sofrido povo de sua poltroninha das Casas Bahia em frente a TV.

Lula se supera. É expert na arte de se superar na burrice e na incompetência. Nunca odiei um político tanto quanto odeio Lula. Ao autorizar um aumento de R$ 5,1 bilhões ( BI, vc leu direito?) , a serem pagos em suaves parcelas até 2008, Lula traça e costura oportunísticamente sua trajetória para a quase inevitável reeleição.

O Poder Judiciário, esse clã inatingível, movido à corrupção e roubalheira continua sendo o que existe de mais podre na vida política e social brasileira.

Podres e ricos. Podres de ricos.

Eu não acredito em fadas

Delúbio Soares, Roberto Jefferson, Waldomiro Diniz, José Dirceu, Silvio Pereira, Fortuna Neves, Maurício Marinho, Arlindo Molina, João Carlos Mancuso Vilela, Joel Santos Filho, Hugo Werle, Marcos César Antoniassi. Ana Lúcia da Riva... Poderia ficar citando mais 1000, 2000, um infinito de nomes, todos eles ligados ao governo e, principalmente, todos com um único chefe em comum, o ex-operário, e hoje presidente da república, Luis Inácio Lula da Silva.

A lama que ainda envolve o noticiário do país é tanta, que se trava uma guerra de CPI´s. O (des)governo petista fez de tudo, usou todas as armas e não conseguiu bloquear o início das investigações no congresso sobre os Correios, pois contra-ataca agora com a criação de mais CPI´s, com o objetivo claro de tentar mostrar que os pseudo-adversários políticos também tem lama em casa.

Mas quem com um mínimo de inteligência nesse país – no caso pouca gente mesmo – duvida disso? É claro que há, que houve e ainda por muito tempo haverá corrupção em quantidades industriais. Também é ingenuidade pensar que CPI´s irão apurar algo, punir corruptos ou derrubar governos. No momento em que até o principal partido da suposta oposição se mantém neutro, tentando a todo custo livrar a barra do Supremo Apedeuta e salvar o mandato, não se pode acreditar em uma única palavra escrita ou falada a respeito da corrupção dita por nenhum deles.

É preciso deixar claro que o único objetivo dos dois lados (governo e oposição, ou seja, partes de um mesmo lado, farinha do mesmo papelote) é as eleições deste ano. A prática das mesadas, o loteamento de cargos milionários para partidos aliados e tudo mais que lemos nos jornais e revistas de hoje são práticas comuníssimas, tanto o governo tem conhecimento (e só um idiota pode acreditar que não, já que são os principais beneficiados) quanto a pseudo-oposição. Porém o assunto só vem a tona quando há um objetivo político envolvido. Não é boa vontade moralizadora dos nossos representantes, e acreditar nisso é pior que ler Marx e levar a sério.

Estamos para assistir a mais uma novela das bananas. Com cobertura ao vivo. Sem nenhuma verdade sendo provada e alguns poucos bodes sacrificados para deleite do povo ignóbil. Certamente com um resultado prático onde apenas um lado será o beneficiado, e este lado meu caro amigo não será o seu. O chefe da máfia em exercício será poupado e até tratado com vítima, seja quem for, podendo inclusive se perpetuar por mais alguns lucrativos anos a frente do negócio.

Não acredite em presidentes da república, em CPI da corrupção, em Fórum Social Mundial, em mico leão dourado, em aquecimento global, em cinema nacional, em filho do Pelé, em IBAMA, no seu pai, esposa, marido ou irmão. Vivemos o conto de fadas onde só existe Lobo Mau.

Antídoto contra a Idiotice

Como estou incrívelmente com boa vontade ultimamente e na já batida tarefa de educar as massas --pelo menos na minha utópica e furada idéia-- vou colocar aqui uma boa e construtiva dica de leitura. Sim, até eu me surpreendo com essa bondade toda. Vocês definitivamente não merecem.

Vai lá:
Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano
PLINIO APULEYO MENDOZA

O autor foi um dos que ajudou a levar Fidel Castro - o Moisés dos esquerdistas - ao poder e depois foi perseguido pelo próprio. Ajuda a acabar de vez com a insana idéia anti-americanista e anti-liberalista e com todos os pensamentos retrógrados da América Latina. O prefácio é de Roberto Campos. :)

Panelas e Comunismo

Panelas? Sim, esse utensílio tão primitivo de uso doméstico é um assunto de estado. Não estou falando do Brasil, mas de Cuba. Na verdadeira Meca dos nossos petistas e intelectuais isso é a mais pura realidade: Panelas são itens estratégicos.

O controle total da economia cubana por Fidel, estava ameaçado pelas panelas privadas. A indústria desse aparato em Cuba é das poucas coisas não-estatais. Para quem não sabe, praticamente tudo na Ilha é estatal, itens como pasta de dente, que não são fabricados, vem importados na base da troca por outras mercadorias.

Fidel decidiu estatizar as panelas. Elas serão fabricadas e distribuídas pelo estado. São aquelas do tipo de pressão, pois economizam energia. Alimento e energia são coisas escassas em Cuba. Assim como cérebros. Falta inteligência. Em uma ditadura comunista que obriga a população a viver na miséria, soluções imbecis como essa, só reforçam o caráter perverso do regime. Não seria muito mais fácil abrir a ilha ao capital e a livre iniciativa? Permitindo assim ao povo usufruir de alimentos e outras necessidades básicas. Utensílios domésticos não deveriam ser assunto de estado.

Uma panela privada em Cuba custa cerca de U$ 25,00, muito mais que um cubano médio recebe por mês, as de fabricação estatal custarão U$ 5,50. E o cidadão terá prestações a perder de vista para pagá-la. Verdadeira maravilha do regime. É como um americano quando compra seu SUV último modelo. Só que para comunas isso é demasiado consumista. Um automóvel gastador e poluidor não é tão nobre como uma panela de pressão --pelo menos no discurso, pois os líderes compram todo o luxo possível. O comunismo torna uma panela mais valiosa que um Jeep Grand Cherokee. Se o governo estivesse fabricando um veículo similar e distribuindo a população a um preço irrisório com prazo longo para pagar, eu acreditaria em comunismo, mas estamos falando de panelas (PANELAS).

A decisão de Fidel por fabricar o aparato culinário é o símbolo da retomada econômica em Cuba. Desde o colapso da União Soviética o governo se viu obrigado a abrir brechas para negócios privados na ilha e conceder permissões para alguns cidadãos trabalharem por conta própria. Com novos aliados como Hugo Chavez, Lula, China e recentes descobertas de reservas petrolíferas, Fidel esta acabando com esses terríveis males capitalistas. Cuba estará assim conseguindo centralizar mais ainda o poder sobre a economia e a população.

No discurso de cinco horas e meia em que Fidel anunciou o plano das panelas, --cinco horas e meia para falar isso, faz todo o sentido em se tratando de comunismo-- ele também prometeu que o estado irá distribuir utensílios chineses para se cozinhar arroz. Ainda bem que ele pensou em tudo.

Panelas mais econômicas e subsídiadas para os cubanos “resolvem” seus sérios problemas --aos olhos do governo-- fazendo a população engolir uma imagem de estado preocupado e paternalista, é algo fenomenal. As soluções petistas não são muito diferentes. Se o problema é violência, desarme a população e ainda pague uns trocados pelas suas armas. Se o problema é educação, dê algumas vagas no ensino superior a negros e pobres. Fome? Bolsa esmola neles. A mídia aplaude. E o povo acredita que tudo esta solucionado.

Mas a prática genial de se resolver problemas complexos com soluções tão simplistas deveria ser melhor aplicada no Brasil. Lula poderia propor, por exemplo, uma indústria estatal de carroças com tração animal para acabar com o problema da poluição em nossas cidades, acabando com as multinacionais "imperialistas" fabricantes de automóveis e ainda gerando emprego para os milhões de canhotos do nosso país. Eles ficariam ótimos puxando tais veículos.

O plano caribenho é a prova cabal que somos mais estúpidos que comunistas cubanos. Nosso governo esquerdista esta perdendo muito dinheiro com bolsas e outros programas assistenciais de pouco impacto. Deveriam mesmo era adotar a política da ilha. Quero muito ver intelectuais do peso de um Chico Buarque fazendo propaganda na TV das vantagens de uma economia centralizada, onde todos têm acesso barato às facilidades da vida “moderna”, como uma panela de pressão estatal.


PS: Uma obra de arte exemplar é a panela Mami pressure cooker (acima) com design assinado por Stefano Giovannoni, fabricada pela italiana Alessi. Fidel Castro não vai produzir panelas tão bonitas, tem coisas que só o bom capitalismo faz pra você.

Grandes Brasileiros II - ROBERTO CAMPOS

Na semana que passou foram abundantes e merecidas as manifestações de admiração ao conjunto da obra de Roberto Campos, um homem extraordinário que muito fez pelo país, e que ainda poderia fazer mais. Sentiremos sua falta, como sentimos a partida do professor Simonsen, pois são poucos os desta estirpe num país tão cheio de “pensadores alternativos”.

Muitas pessoas se manifestaram sobre Roberto Campos, e deve ser notado que não houve uma unanimidade. Mas as malcriações isoladas, declarações reticentes e ressentimentos mal disfarçados vindas dos arraiais parnasianos apenas reforçam a impressão de que Roberto Campos deixou vencidos e prostrados vários de seus inimigos e que os estragos inflingidos nos adversários do que hoje se chama de “neo-liberalismo” foram permanentes, irreversíveis e doloridos.

Com efeito, foi a própria Folha de São Paulo que, em abril de 1993, publicou uma caderno especial (o Mais!) cujo título e tema era “OK, Bob, Você venceu!”. Na quarta feira que passou, o própio ex-ministro Delfim Netto, decano dos heterodoxos brasileiros, assinou um artigo no mesmo jornal, e com o mesmo título: “OK, Roberto Campos, você venceu!”.

A morte do velho liberal reafirmou, portanto, de forma contundente esta simples verdade, que volta e meia se quer ocultar ou diminuir. Ele venceu. Não obstante, logo após os criminosos atentados de 11 de setembro, a mesma Folha de São Paulo publicou (em 23.09.2001) um inacreditável editorial, entitulado “Escombro Doutrinário”, onde dizia que “a primeira vítima da economia de guerra criada pelos atentados terroristas é a corrente de economistas e líderes políticos que ficou conhecida como ‘neoliberal’ ”. E mais adiante adicionava que “o modelo ‘neoliberal’está em ruínas ... e entre os escombros, as maiores vítimas novamente são os países cujos governos acreditaram com mais fervor nas ilusões de uma nova ordem global”.

Como interpretação do significado do episódio, e como avaliação dos impactos econômicos da resposta militar norte americana aos crimes perpetrados pela organização terrorista do senhor Bin Laden, posso imaginar pouca coisa mais infeliz e equivocada para se dizer, ainda mais em vista do mau gosto na escolha das palavras. Junte-se a isso o fato de que o editorial é totalmente inconsistente com o que foi dito sobre Roberto Campos, cuja morte torna o citado editorial ainda mais exótico.

Apenas num exercício de contorcionismo intelectual comparável aos da antiga propaganda soviética sobre o avanço inexorável do socialismo seria de se imaginar que as iniciativas recentes do Presidente Bush teriam o condão de modificar radicalmente cláusulas pétreas da economia norte americana, como o primado do funcionamento dos mercados e da livre iniciativa, a disciplina fiscal, o comércio livre, mesmo com os pecadilhos que conhecemos, e tudo aquilo que fez dos EUA a principal e mais bem sucedida economia deste planeta. É um delírio pretender que os EUA, em três semanas, penetrou numa “economia de guerra” regredindo a um “keynesianismo primitivo”, ou a uma glorificação da irresponsabilidade fiscal e a um reconhecimento de que a economia de mercado falhou. Um delírio ainda mais deslocado diante de tudo que foi dito em toda parte sobre a “vitória” de Roberto Campos.

Os que se debruçaram sobre a extraordinária trajetória de Roberto Campos, amplamente revisitada, terão observado seu trabalho como economista, diplomata, polemista e homem público, e terão possivelmente aprendido um pouco mais sobre o que realmente significa “neoliberalismo” especialmente num país como o Brasil. Roberto Campos criou o BNDES, nosso maior e mais importante de política industrial. Criou o FGTS, um importante, ainda qua mal utilizado, instrumento de captação de poupança e formação de patrimônio para o trabalhador. Participou da criação do SFH, de incontáveis exercícios de planjamento, que liberal é este que patrocinou tantas “interferências” do Estado na economia?

Roberto Campos tinha e tem a ensinar que a participação do Estado na economia pode fazer sentido às vezes, e que como os erros do governo são bem maiores e mais frequentes que os do mercado, o ideal é que a política econômica seja conduzida por quem acredita em mercados e não na infalibilidade da burocracia.

A verdade é que o “neoliberalismo” é uma caricatura, um espantalho criado pelos patronos do estatismo patrimonialista, pelos medalhões das federações encasteladas em seus palácios de mármore, pelas corporações alimentadas das entranhas dos dinossauros que Roberto Campos tanto combateu, pelo nosso pós-marxismo envergonhado e ressentido e pelos economistas alternativos de linguagem parnasiana. A verdade é simples: o “neoliberalismo” é mito, uma miragem criada pelos seus detratores.

Isso que essa gente chama de neoliberalismo é o sistema econômico vencedor neste planeta, um sistema tão imperfeito como a democracia representativa, como já se disse tantas vezes, mas o melhor que há. Em ruínas estão seus detratores em Cabul, ou no Líbano, ou nas repúblicas socialistas onde se procuram “alternativas”. Em ruínas está Cuba, há décadas governada por um ditador tão bom de relações públicas que consegue a proeza de ser tratado como um chefe de estado comum.

Às vezes se ouve que os adversários do neoliberalismo foram bem sucedidos, e o exemplo é Tony Blair. Ridículo, não?

O fato é que Roberto Campos venceu, mas o choro dos derrotados, que vinha de antes, continua.

Grandes Não-Brasileiros I - ERIC HOBSBAWM

Enfim alguém PENSANTE - pois é para pensantes que este blog existe - em época de Copa: Eric Hobsbawm. Vejam a entrevista.

ENTREVISTA EXCLUSIVA
A Copa do Mundo e suas paixões, no olhar de Eric Hobsbawm
"Acho que só participar de uma Copa do Mundo é que faz as pessoas que vivem no Togo ou em Camarões se darem conta de que são cidadãos de seus países", diz o historiador Eric Hobsbawm, em uma entrevista exclusiva à Carta Maior. "Posso entender o apelo deste tipo de patriotismo, mas eu não tenho entusiasmo nenhum pelo nacionalismo", completa ele.
Verena Glass - Carta Maior

SÃO PAULO – Que fenômeno é esse que paralisa um país inteiro em dia de semana, reúne milhares, ricos e pobres, esquerda e direita, nas ruas, praças e bares, e tinge de verde e amarelo tudo e qualquer coisa? O que é esse evento em que multinacionais, como a Coca-Cola ou a Aracruz, assumem-se como os mais fervorosos entre os patriotas brasileiros? O que é esse futebol como máquina de fazer dinheiro para alguns e alegria para multidões?

Para falar de Copa do Mundo, a Carta Maior buscou a opinião não especializada em esportes ou futebol de um dos mais importantes pensadores da atualidade. Aos 89 anos, Eric Hobsbawm viveu e analisou a essência do século passado em obras como A Era das Revoluções (1789-1848), A Era do Capital (1848-1875), A Era dos Impérios (1875-1914) e A Era dos Extremos (1914-1991). E, em seu último trabalho, O Novo Século, lançado em 2000, o historiador, um dos últimos grandes pensadores marxistas do mundo, olha o futuro com a mesma clareza com que explicou o passado.Na onda do também historiador Michael Hall – que já afirmou que “a excepcional amplitude dos interesses e conhecimentos [de Hobsbawm] encantam mesmo aos que nem sempre concordam com todos os seus argumentos. Hobsbawm é, sobretudo, surpreendente: flexível e original quando se espera ortodoxia” -, a Carta Maior resolveu buscar a sua opinião sobre a febre do momento.

Leia a seguir a íntegra da entrevista:

Carta Maior - Durante um evento como a Copa do Mundo, principalmente no Brasil, o patriotismo aflora com enorme força, o país inteiro veste as cores na nação, as bandeiras brasileiras estão por toda parte, e diferenças sociais e políticas parecem desaparecer por algumas semanas. O que o senhor acha deste tipo de patriotismo?

Eric Hobsbawm – A capacidade de o futebol de ser um símbolo de identidade nacional há muito é conhecida. No meu livro sobre nacionalismo eu escrevi que “a comunidade imaginária de milhões parece ser mais realista do que um time de onze pessoas”. Atualmente, indubitavelmente, isto é mais importante do que nunca na história, já que grandes jogadores são recrutados de quase todos os cantos do mundo. Acho que só participar de uma Copa do Mundo é que faz as pessoas que vivem no Togo ou em Camarões darem-se conta de que são cidadãos de seus países. Posso entender o apelo deste tipo de patriotismo, mas eu não tenho entusiasmo nenhum pelo nacionalismo.

CM – No dia da abertura da Copa, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, escreveu um artigo onde dizia invejar o evento, começando pelo fato de que a Fifa tem 207 membros, contra 191 das Nações Unidas. Para ele, a Copa “é um evento no qual todos conhecem seus times e o que eles fizeram pra chegar até lá. Gostaria que tivéssemos mais competições desse tipo na família das nações. Países competindo pela melhor posição na escala de respeito aos direitos humanos, um tentando superar o outro nas taxas de sobrevivência infantil ou de ingresso no ensino médio. Estados fazendo performances para o mundo todo assistir. Governos sendo parabenizados pelas ações que levaram àquele resultado”. O que o senhor achou deste discurso?

Hobsbawm – Eu posso entender porque Kofi Annan quer usar a Copa do Mundo em benefício da ONU, mas eu acho que obviamente ele não acredita na possibilidade de países competirem por mais e melhores direitos humanos, como competem pela vitória num campo de futebol. De mais a mais, a vitória de um país sobre o outro não é o objetivo nas Nações Unidas.

CM – Grandes corporações, como a Nike e a Coca-Cola, fazem muito dinheiro com a Copa. Nos bastidores, a Nike, que patrocina alguns dos mais famosos jogadores, como Ronaldo, foi até acusada de influenciar a decisão do corpo técnico dos times sobre a escalação de jogadores. Como o senhor analisa o poder destas empresas e seu envolvimento na organização de um evento esportivo tão importante?

Hobsbawm – Eu não sei quanto as grandes corporações que patrocinam a Copa influenciam de fato a condução dos jogos, portanto não tenho opinião sobre esta questão. Certamente estas empresas têm grande influência sobre a formatação da competição, os horários dos jogos etc. e, claro, a visibilização de seus logotipos e produtos. Por exemplo, a Fifa de fato forçou torcedores holandeses a trocar de calças porque as que usavam tinham o logo de uma cerveja holandesa que compete com a Budweiser, patrocinadora oficial da Copa. No entanto, a relação da Copa com o moderno capitalismo globalizado é mais complexa do que isso. Ou seja, a indústria atualmente é altamente globalizada e não poderia subsistir na atual escala sem a existência de um capitalismo global de mídia. Mas o futebol, no geral, está dominado por alguns poucos times europeus, como Manchester United, Real Madrid, Milan etc., que, desde os anos 1980, recrutaram seus jogadores em todos os cantos do mundo. Alguns outros times na Europa fazem seu dinheiro descobrindo talentos no exterior, comprando-os barato e revendendo-os para os grandes. Isso tem acontecido muito com jogadores brasileiros e argentinos, por exemplo. Mas o paradoxo desta situação é que o apelo global do futebol, que cria o enorme público de quem corporações como a Nike tiram seus lucros, está baseado no apelo nacional do jogo. A Copa do Mundo é o mais dramático exemplo disso. Aí está a contradição. As implicações políticas, econômicas e sociais dessa situação, no entanto, nunca foram adequadamente analisadas.

CM – O senhor acredita que a Copa do Mundo tem algum caráter político, bom ou ruim?

Hobsbawm – A Copa, em si, provavelmente não tem nenhum fundo político em particular, mas, assim como as Olimpíadas, é quase certo que esteja vulnerável às pressões e às promessas diplomáticas ou de outra natureza dos países mais poderosos. Infelizmente, vencer a Copa deve certamente beneficiar o regime do país, como aconteceu na Argentina durante a ditadura militar, independente, inclusive, das posições políticas de seus jogadores. A gente só pode esperar que os campeões da Copa do Mundo tenham regimes aceitáveis. Também existe a possibilidade de que, em países pequenos e periféricos, jogadores de destaque tornem-se também importantes figuras públicas; como no caso da Libéria, onde um jogador foi candidato a presidente da República.

CM – Por fim, gostaria que o senhor comentasse as preocupações com ataques terroristas durante a Copa, principalmente em relação ao time dos EUA, o mais bem protegido entre todos na Alemanha.

Hobsbawm – Estou certo de que as forças de segurança européias estavam certas em suspeitar de possíveis ataques terroristas ao time americano ou, mais genericamente, à Copa. Afinal, existe o precedente do ataque aos atletas israelenses nas Olimpíadas de 1972. Mas, obviamente, eu não tenho como saber se alguma organização planejou alguma ação este ano.

A Estupidez Humana

Decisões mal tomadas por governantes, familiares, amigos, enfim, pessoas em geral, me deixam estupefato. A tendência é achar que a pessoa foi mal intencionada, displicente ou qualquer outro motivo. Sempre procuro a causa, não acho possível na maior parte das vezes tamanha, digamos, defecada sem algo por trás. Mas isso na maior parte das vezes é devido a estupidez.

Lendo um artigo de J. R. Duran para a revista Trip --"Aprenda a reconhecer um estúpido assim que ele aparecer na sua frente e saiba por que eles são tantos"--, cheguei ao ensaio As Leis Básicas da Estupidez Humana de 1988, escrito por Carlo M. Cipolla, professor emérito de Historia Econômica em Berkeley.

Cipolla enumerou as cinco leis da estupidez e utilizou em sua teoria um recurso gráfico onde demonstra que os seres humanos são uma combinação de quatro tipos:

O Infeliz (ou desesperado): alguém cujas ações geram prejuízo próprio, mas que também criam vantagens para outros.

O Inteligente: alguém cujas ações geram vantagens, igualmente para si e para os outros.

O Bandido: alguém cujas ações geram vantagens para si, ao mesmo tempo que causam danos a outros.

O Estúpido: que é definido na sua terceira Lei.Na análise intitulada O Poder da Estupidez de Giancarlo Livraghi você terá acesso a um estudo mais completo que não vou transcrever aqui, está tudo muito bem demonstrado pelo autor, inclusive os gráficos de Cipolla -- o link esta no final do texto. Vou me deter nas leis.

As Cinco Leis da Estupidez, segundo Carlo Cipolla, são as seguintes:

Primeira Lei: Sempre subestimamos o número de pessoas estúpidas.
Por mais pessimista em relação ao assunto --e eu me incluo nesse grupo-- você nunca acerta a quantidade de pessoas estúpidas existentes a sua volta. Mesmo as que você considera hoje, inteligentes podem cometer atos estúpidos e a partir daí inverte-se a situação. O sujeito passa a ser estúpido sem dúvidas. Nunca estive confortável com tal sensação, mas a realidade é essa; em todos os níveis humanos a estuidez é abundante.

Segunda Lei: A probabilidade de que uma pessoa seja estúpida é independente de qualquer outra característica de sua personalidade.
A lei demonstra que a estupidez independe de etnia, educação, profissão ou o que seja. É outra lei fácil de ser provada na prática, quantos professores doutores você já teve que são tão ou mais estupidos que a sua faxineira? Eu tive vários -- a maioria, é claro. Não se mede estupidez por título ou classe social, a estupidez é um patrimônio que não escolhe vítimas por currículo.

Terceira Lei (a de Ouro): Uma pessoa estúpida é alguém que ocasiona dano a outra pessoa, ou a um grupo de pessoas, sem conseguir vantagem para si, ou mesmo com prejuízo próprio.
Essa é a definição de um estúpido por Cipolla. Concordo com ela, pois o estúpido não é um mal intencionado --o bandido na teoria de Cipolla-- ele apenas age dentro de sua limitação ocasionando danos a terceiros, sem levar vantagem nenhuma. É o que o brasileiro gosta de premiar como o "bem intencionado". Ele age estupidamente, mas teve boa intenção. Na verdade ele apenas age estupidamente sem se guiar por nenhum parâmetro de bondade ou geração de vantagem a sua volta. Isso chega a ser algo assustador, pois não há como se salvar da estupidez, ela não é nem sequer notada pelo sujeito que a pratica, é apenas seu modo natural de agir. Isso isenta nossos políticos de culpa? Preocupante...

Quarta Lei: As pessoas não estúpidas sempre subestimam o poder de causar dano das pessoas estúpidas.
Constantemente elas se esquecem que em qualquer momento, e sob qualquer circunstância, associar-se com gente estúpida invariavelmente constitui-se em erro com prejuízo.Esta é para mim a maior causa de decepção com as pessoas. Devido a primeira lei acabamos por nos associar a estúpidos. Sempre sofremos prejuízos e mesmo assim continua-se a repetir o erro, não faz parte da nossa programação mental prever que a estupidez é a causa da maior parte dos danos a nossa volta. Sendo que as chances de a pessoa associada ser estúpida são mais de 80% , isso fatalmente vai ocorrer muitas vezes. Os estragos são os piores possíveis, até você admitir que esta ao lado de um perfeito estúpido já estará ferrado.

Quinta Lei: A pessoa mais perigosa que pode existir é a estúpida.
Uma pessoa estúpida é mais perigosa que um bandido.Ela se explica facilmente se você entendeu as outras quatro leis. O estúpido é imprevisível na sua ação, mas ele vai praticar estupidez. O bandido fará o mal de qualquer forma, se você é inteligente sabe como se defender dele, mas o estúpido dorme com você. Se já é difícil detectá-lo, prever a hora e o tamanho da estupidez é tarefa mais enfadonha ainda.Tudo muito óbvio --se você não for um estúpido, é claro-- mas justamente por esse motivo é tão interessante, e o assunto deveria ser melhor estudado para que não estúpidos tenham mais armas e assim evitar maiores danos na convivência inevitável com esse tipo de gente.

Analisando mais a fundo, essa massa de gente estúpida é que move o mundo. Nossa evolução se deve a eles, pessoas inteligentes só fazem pensar em soluções para que essa maioria não acabe com o mundo tocando fogo em tudo e pulando para cima das chamas. Faz parte do equilíbrio.

Alguns livros e ensaios sobre o assunto:
The Basic Laws of Human Stupidity, de Carlo M. Cipolla;
Short Introduction to the History of Human Stupidity, de Walter B. Pitkin;
The Encyclopaedia of Stupidity, de Matthijs van Boxsel;
Dictionary of Stupidity, de Stephen Bayley;
O Poder da Estupidez, de Giancarlo Livraghi.

Rumo a Bovinização Nacional

Estarrecedor. Cada dia que leio o noticiário nacional noto que se confirmam todo o tipo de idiotice a respeito do bananal. Ainda sou um otimista, ou melhor, subestimo a capacidade desse povo em ser tão imbecil. O texto começa assim de uma forma indignada, porque o ocorrido e noticiado é obvio, e ao mesmo tempo ilustrativo, cai como luva na mediocridade que toma conta do brasileiro:

O Ibope divulgou uma pesquisa, na qual, bovinos 75% dos Brasileiros, acreditam que um país rico --leia-se Estados Unidos-- vão invadir o Brasil para assumir o controle dos nossos supostos vastos recursos naturais.

A notícia vai passar despercebida no noticiário, afinal boa parte da culpa por esta estupidez paranóica é da própria mídia. Junte o antiamericanismo, ao ecologismo fashion, ao povo limitado intelectualmente --que no mínimo, deveria estar usando ferraduras e andando de quatro--, ao ufanismo tomando a cada dia uma dimensão mais assustadora, que o fato de um terço ainda não acreditarem nessa mentira é até lucro. Mentira essa que contada ad infinitum pelos jornalistas acéfalos do florão da América, se torna mais uma verdade genuinamente nacional com atestado de jequice certificado pela ISO 9000.

Dos 25% restantes, 19% acreditam que a ameaça não existe e os outros 6% não souberam, ou não quiseram opinar, provavelmente porque não sabem sequer o que seriam recursos naturais.Mesmo acreditando que nossos estimados políticos já desconfiem dessa crença, tenho medo do que eles podem fazer diante da confirmação de uma maioria quase unânime de potenciais social-nacionalistas, carregados de ódio e medo dos “imperialistas americanos”(sic). Hitler iria babar diante desses números. Nesse exato momento alguém já deve estar derramando saliva no palácio do planalto.

Vejamos alguns dados sobre a água, sempre citada como item de cobiça norte-americana a nós pobres macacos do sul. Água engarrafada nos Estados Unidos é mais cara que gasolina. O consumo cresceu 40%, e hoje é a terceira bebida mais vendida, atrás de água filtrada e do café. O americano consome em media 105 litros por ano, com uma população de 280 milhões, basta fazer as contas. O negócio da água por lá é um mercado gigantesco, não só o da água potável, mas de tratamento de esgoto, filtragens e serviços envolvidos.

Se estamos nós, sobre as maiores reservas de água doce do mundo, o aqüífero Guarani, e mais a bacia amazônica, porque o Brasil não coloca uma garrafa de água sequer no maior mercado do mundo? Ou pior, porque existe seca no Nordeste e agora no Sul também? E além disso, ainda temos como certo que os americanos invadirão a Amazônia para roubar água? É tudo fruto de pura incompetência misturada à síndrome subdesenvolvida de só enxergar o próprio umbigo.Some a isso o descaso com o esgoto. A falta de investimento no saneamento é algo que nos deixa cada vez mais longe de ser um povo civilizado. O brasileiro gaba-se de viver num paraíso, praias bonitas e todo aquele discurso ufanista, mas na verdade as praias e cidades não passam de um grande balde de coliformes fecais, vulgo bosta.

Sob esse aspecto, se um país como os Estados Unidos assumisse o controle dos nossos recursos hídricos estaríamos numa situação muito melhor, aliás, deviam assumir tudo.Quando fala-se em biodiversidade também somos incompetentes e solidários a causa jecosa, se não sabemos retirar da floresta possíveis soluções para males da humanidade, os cientistas estrangeiros também não podem fazê-lo. Típico discurso terceiro-mundista. Melhor mesmo é fazer queimada e criar vacas em cima. Ou deixar a floresta para a narco-guerrilha. Yankees go out!

A pesquisa confirma além do atestado de estupidez em massa, que continuamos a pensar como uma nação extrativista, acreditamos que os tais recursos naturais são a verdadeira riqueza do país, não enxergamos que países desprovidos de qualquer recurso natural, como o Japão, são infinitamente mais ricos e desenvolvidos. Esse tipo de argumento é desonesto, mas é concreto nas mentes da maioria e a partir daí, é vero.Fica evidente que civilizar essa horda de ignaros selvagens é tarefa impossível. Parafraseando Paulo Francis; “Quanto mais atrasado o país, menor a consciência do que depende do exterior, maior a ilusão de que o mundo começa e acaba no nosso quintal”, esse é o nosso Brasilzinho do amor, que maravilha, sou Flamengo e tenho uma nega que se chama Tereza.

Grandes Brasileiros I - PAULO FRANCIS


Há certos brasileiros indignos que depois de sua morte retornam todo o ano para nos perturbar. Sim, falo de Ayrton Senna, Cazuza, Betinho e outros jecas dos quais não devemos nos orgulhar, muito menos tratar como heróis.

Paulo Francis, um brasileiro não praticante, é pouco lembrado. Isso é, de certa forma, uma homenagem. Ser recordado pelos mesmos ignaros que adoram celebridades vazias não é para ele.

Ninguém é obrigado a concordar com suas idéias. É um dos poucos brasileiros que marcava sua posição sem anestesiar o leitor: um antídoto à mediocridade jornalística. Fazia o leitor pensar e, talvez, não seguir o caminho dócil da bovinidade. Disso ninguém pode discordar. Por isso ele faz falta.Francis já foi um revolucionário. Morreu um conservador. "Passei de criança a adulto. Eu era uma criança que confundia desejo com realidade. Eu tinha certos desejos que eram fraternais com relação à minha situação privilegiada e à situação desprivilegiada de outras pessoas. Mas descobri, ao ver o mundo aí fora, que a maneira de resolver esses problemas não é a maneira pregada pelos principais grupos populares aqui do Brasil." Nas palavras do próprio, a constatação de que revolução é coisa para crianças.

Defensor ácido da desestatização do país, morreu lutando contra um processo que a Petrossauro movia na justiça americana exigindo-lhe US$ 100 milhões em indenização por conta de ataques que fizera à diretoria da empresa. Amigos apontam isso como um fator decisivo na sua morte um tanto quanto prematura. O fato é que Francis cumpria esse papel quase sozinho e sofreu realmente com isso. Foi dos poucos a atacar Fernando Henrique e, se ainda estivesse vivo, seria certamente o principal nome anti-Lula. Deixou esse legado a Diogo Mainardi, muitas vezes apontado como uma cópia sua. Era uma pessoa que gostava dos prazeres da vida, e dela gozava com estilo próprio. Numa churrascaria em Ipanema, um garçom chega à mesa e, cordial, apóia a mão no ombro de Francis. "O amigo que é que vai, querer?" E ele, na sua melhor forma: "Em primeiro lugar, eu não sou seu amigo. E em segundo lugar, tire essa mão imunda daí". Perguntado sobre seu restaurante preferido em uma entrevista, respondeu: "Não vou dizer, pois vai encher de brasileiro".

Chegou a ter a maior fama e o mais alto salário na imprensa nacional. Ninguém soube administrar melhor o próprio talento jornalístico. Ocupou a cadeira "polêmica" do melhor programa da TV a cabo brasileira, Manhattan Connection, onde sempre distribuía seus pontapés e dava a última palavra, mesmo com três colegas tentando domá-lo. Suas manifestações contra negros, nordestinos, pobres e o valor que dava a civilidade do primeiro mundo deixavam os politicamente corretos escandalizados.

De si mesmo, ao despedir-se por escrito em 1976 dos leitores do Pasquim, disse: "O motivo não é briga, pressão, etc, embora eu (Deus) saiba que há muita coisa aqui que não gosto".

Luiz Fernando Mercadante escreveu, em 1987: "Um jornalista que chamava Henry Kissinger de "cabeça de toicinho" não veio ao mundo para agradar". Nem para ser coerente. Escreveu, nos anos 70, elogiando Caetano Veloso, que estava no exílio: "Só acredito em iconoclastas que saibam construir estátuas, e Caetano sabe". Desde então, só falou mal, muito mal, do compositor baiano e de quase todos os escritores, jornalistas, artistas e diretores de cinema brasileiros ou não, compositores, intelectuais atuantes em diversas áreas, políticos em geral, burocratas, direitistas e esquerdistas, lobistas econômicos ou representantes de minorias étnicas ou sexuais.

Suas opiniões singulares começaram a aparecer na imprensa em 1957, quando se tornou crítico de teatro da Revista da Semana, do Diário Carioca e da Última Hora - todas publicações do Rio - e participou da criação da revista Senhor. "Em 1960, era um panfletário político na Última Hora", contava.Paulo Francis, ou melhor, Franz Paul Heilborn, nasceu no dia 2 de setembro de 1930, em Botafogo, zona sul do Rio. Ano da revolução getulista. "Não notei" - nasceu e não percebeu que fora no ano da revolução, um exemplo de seu jeito peculiar.

Aos 14, resolveu que seria escritor. Leu seis horas por dia até os 27 anos. Ainda na adolescência, quis ser padre. Em seguida fez teatro. Começou como coadjuvante, nos anos 50, com Paschoal Carlos Magno, que lhe deu o pseudônimo de Paulo Francis. Foi ator-revelação em 1952. Dirigiu seis espetáculos, mas optou pela crítica.

Entre 1968 e 1970, ainda de acordo com Moraes Neto, foi preso uma vez por semestre - o que escrevia era considerado subversivo. Em 1970, mudou-se para os Estados Unidos. Antes, escreveu para os jornais Correio da Manhã e Tribuna da Imprensa, para a revista Realidade e o semanário O Pasquim.Francis via no Brasil três polemistas profissionais: ele mesmo, Carlos Lacerda e Hélio Fernandes (proprietário da Tribuna de Imprensa, no Rio). "Não tenho papas na língua", reiterava. E comprou brigas por isso. Como aconteceu em 1992, quando chamou o Nordeste de "região desgraçada" e os nordestinos de "jecas", incapazes de saber qualquer coisa por viverem "ainda no século 16".

Francis nos deixou em 4 de fevereiro de 1997. Abaixo algumas opiniões colhidas nesse dia:

"Francis era uma pessoa forte, capaz de expressar opiniões sem medo, às vezes até exageradamente; mas era um homem a quem qualquer pessoa razoavelmente alfabetizada não poderia ficar indiferente." Millôr Fernandes - cartunista.

"Foi imensa a perda; nem sempre estivemos juntos nas opiniões, mas sempre Paulo Francis, para mim, significou a coragem e a integridade de um grande jornalista." Fernando Henrique Cardoso - presidente da República na época.

"Francis era muito meu amigo. Em um país de gente conformista como o Brasil, fará uma falta enorme. Cumpria sozinho o papel de ir em direção contrária ao jornalismo subserviente com o poder." Diogo Mainardi - escritor e colunista da Veja.

Por ele mesmo:

"É preciso escrever sobre os problemas urbanos, reais, que as pessoas têm no Brasil. Chega de índio e de vaca. Quem é esse Chico Mendes? Não tenho a menor idéia de quem seja. Nosso mundo é Rio e São Paulo".

"Tomei todas as drogas, nunca me viciei em nenhuma e todas me deram o maior barato. Nunca senti vontade de atrelar minha vida a uma substância, por falsa euforia".

"Sei que é meio chocante que eu vou dizer, mas eu prefiro a solidão dos livros ao contato com as pessoas. As relações humanas são sempre complicadas, não importa se com homens ou com mulheres. Eu sou um homem muito tímido".

"A função de universidades é criar elites, e não dar diplomas a pés-rapados"."O Brasil é uma republiqueta dirigida por um jeca. Riem de nós na Europa e aqui".

"Esperar que o governo se policie é o mesmo que colocar uma raposa para proteger um galinheiro".

Aniversário de oito anos sem Francis. Se fossemos um país decente, lembraríamos dele.

Francis faz muita falta.

Wonderland e a volta contra a burrice

A Volta.
Volto a escrever neste blog por puro exercício de idiotice. Quem lia antes sabe que repito sempre a mesma coisa. Muitos passaram a escrever o mesmo. Desisti. A partir de agora vou descer o cacete na burrice novamente. Não quero tornar ninguém mais inteligente, isso não é possível. Meu único objetivo é provocar a ira dos ignaros. A ignorância é a maior epidemia em ação no mundo de hoje.

. . . . . . .

Ninguém me avisou que vivo em Wonderland. O ápice da idiotia nacional no momento é a não-reação do des-governo à apropriação --roubo--, por parte dos lunáticos Chávez/Morales, do patrimônio da Petrossauro. Longe de mim defender esse câncer nacional, bem pelo contrário. A situação ilustra muito bem a incompetência da tal companhia e seu papel de serviçal do estado --leia-se a gangue petista. Nós otários, apenas assistimos e pagamos a conta no posto da esquina e embutido nos custos de toda a produção. Não vou explicar esta equação, quem não entender desista.

Que indígenas com QI de ameba roubem companhias estrangeiras nos seus territórios, igualmente habitados por seres idiotas-master, não é de se admirar. Inclusive se elegeram com esse discurso terceiro-mundista. O incrível é o líder da gang dos quarenta ladrões defender tal atitude. Lula não só acha revolucionário a Bolívia defender seus recursos naturais como se sente parte da revolução. Mesmo que isso signifique um prejuízo monumental para o país que ele "governa".

Lula como sempre posa de ingênuo, e o povo acredita! (Pausa para vomitar.) Ele não sabia o que se passava debaixo do seu nariz, enquanto a gang pilhava o estado. Agora não sabe que Chávez já é o líder do povo mais idiota do mundo. Posto que Lula acreditava já ser dele. O que vem a seguir? Não possuo imaginação para tal.

Os fatos são claros. É fato também que com a idiotice na mente da massa, mais cedo ou mais tarde isso será usado a favor do governo. O objetivo é claro. O ambiente esta pronto. Não restam alternativas. A estupidez tomou as rédeas.

Brasileiro Irrita

Sabe aquele sujeito selvagem? O típico brasileiro feliz, simpático e hospitaleiro? Pois nada, realmente, é mais irritante do que esse tipo de organismo.

Ele tem o costume insuportável da pegação. Adoram pegar em você, cutucar. É muito desagradável. Você encontra a pessoa e lá vem aperto de mão, abraço. Beijo se for uma lady. E não um ou dois, geralmente, querem três (TRÊS). Esse costume começa quando somos crianças: sempre tem aquela senhora idosa para apertar sua bochecha e dizer alguma gracinha, preferencialmente lhe babando todo. A partir daí eles querem pegar em tudo mesmo: no seu pé, na sua carteira, em sua bolsa e na sua bunda, é claro.

Tem o animadinho que entra assoviando no elevador. O que puxa conversa em fila. O que mexe com a sua mulher. O que o cumprimenta na rua, mesmo você sabendo que nunca viu mais gordo ou magro. É um excesso de participação e faceirice sem proporções. Nossa informalidade nos coloca no mesmo patamar de selvagens senegaleses. Torna-nos indomáveis em qualquer circunstância.

O brasileiro é barulhento. Nossa civilidade não incluí o silêncio. É tanto ruído em nossas cidades que mal se pode conversar dentro de casa. Compare a buzina de um carro nacional com a de um importado, as nossas são absurdamente mais altas. Carro de brasileiro tem que possuir uma sonorização mega acompanhada de um mau gosto musical de fazer inveja a qualquer paraguaio. E que vem, lógico, com seu dono, um jeca. Som em automóvel e bom gosto musical definitivamente não combinam por aqui.

Não é a toa que nossas preferências são futebol e carnaval. Em um jogo de futebol. seja no estádio, em casa, ou reunidos em um bar para não pagar o pay-per-view, o brasileiro tem toda a liberdade para assumir seu lado selvagem sem limites. O mesmo ocorre em maior grau ainda no carnaval, onde vale tudo. O problema é que essa falta de civilização é levada para fora do estádio e da avenida: seguimos estúpidos fora deles.

O brasileiro gaba-se de suas praias e adora freqüentar o litoral -- outro lugar onde se exercita o pior da educação bananeira. Faz-se de tudo na areia da praia: lanche, almoço, churrasco, cerveja, cachorros defecando e entrando no mar com seus donos igualmente sujinhos. Um cenário terrível. Sem falar na cultura de pedreiros. Basta o desfile de qualquer bunda e já se ouvem os mais finos adjetivos. Uma maravilha dos trópicos.

A falta de educação atinge níveis realmente insuportáveis quando o selvagem vai a um restaurante. Claro que ele leva junto os macaquitos. Nada é pior do que ir a um restaurante e ter crianças manifestando-se ao seu lado. Afinal, você foi ao recinto para fazer uma boa refeição, conversar com seus amigos ou sua namorada num tom de voz agradável. E não para ver pirralhos fazendo nojeiras ao lado e correndo entre as mesas com os jecas de seus pais a aplaudir.Isso lembra o nosso jeca comandante -- eu tentei mantê-lo longe, mas como falar de jecas e não citar o maior? Ele é como a criança no restaurante, fazendo uma idiotice atrás da outra. E os pais -- nós o povo -- aplaudindo a besta e seus discursos improvisados. Bem ao nosso gosto, informais até na presidência. No fim, somos o pior. Um improviso irritante.

Abrindo os trabalhos

"O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle". Nunca a frase de Paulo Francis fez tanto sentido quanto neste momento. É exatamente a sensação que toma conta de mim e mais cinco ou seis pessoas que insistem em pensar nesta terra desgraçada. Digo pensar no sentido efetivo da palavra. Outros 99,99% sofrem da síndrome de Caetano Veloso. Acham tudo lindo.

Este é um blog para pensantes.

Bem vindo.