Thursday, January 25, 2007

Então tá jóia

Transcrito do Blog da Sarah (http://www.demenciasaparte.blogspot.com/), muito bom!

Então tá jóia
Pra não dizerem que eu , neste blog, somente condeno os pobristas, os hippies, os lulistas e os"istas" coitados do mundo por serem basicamente incompetentes, vamos abordar outro lado da moeda.

Eu passei ontem no mercado em torno das 22h. Eu moro ao lado de um mercado em um dos bairros "riquinhos" de São Paulo, apesar do meu apartamento ser simples e, ainda bem, baratinho. Ali, é possível encontrar entre as gôndolas recheadas de queijos importados e vinhos renomados, vários tipos de pessoas. É difícil ver gente simples ali, simplesmente fazendo compras. Vejo executivos enchendo os carrinhos com barras de cereais, frutas e vodka. Tiazinhas malhadas comprando leite de soja e queijo frescal. Casais com pacotes de chocolate e potes de sorvete Hägen Dasz. É um mercado caro, superfaturado, mas vá lá, tem produtos bons e é limpinho. - Só adicionando,outro dia fui ao Extra, e ao passar pelo corredor de bebidas o cheiro forte de urina me embrulhou o estômago. Seria a marca de um bebum mal-educado ou um monte de ratos com incontinência? O nojo, fica na mesma.

Bom, lá estava eu passando minhas comprinhas de última hora quando não pude deixar de notar duas mulheres na minha frente, na fila do caixa. Elas levavam 15 garrafas de Gatorade, 20 pacotes de chocolate, shampoo e desodorante. Uma delas usava uma bengala, mas não era velha, devia ter seus 40 anos. A cara da sujeita era semi-deformada pela ação do excesso de botox e plásticas repuxantes. A outra, bem , devia ser filha da Sra. Botulínica. O estranho não eram as compras, ou a bengala, ou a cara deformada. Elas estavam abarrotadas de jóias. Eram correntes e mais correntes grossas, douradas, diamantes cravejados no relógio, nos anéis, nos balagandãns do pescoço.

Tipo, euzinha aqui adoro diamantes, acho lindo, quero muito ter um anel solitário, um dia desses ou em um futuro distante. Afinal, é a estrutura perfeita do carbono. Mas sabe, fazer compras com tantas jóias penduradas em si mesmo não me parece natural. Aliás, em nenhuma situação isso seria natural. É meio em que uma overdose de babaquice. Típico rico que não sabe ser rico. Típico rico que acha que as coisas boas da vida se resumem em fazer compras. Seja em N.Y, São Paulo ou Tokyo, o mundo existe para que eles comprem bolas inúteis de diamantes e usem todas ao mesmo tempo. São pessoas absolutamente sem noção, não no aspecto de "ai tem gente passando fome" (porque esse não é meu problema) mas no aspecto de "pqp, ela anda com truçentas porcarias no pescoço para provar por a+b que é rica". É necessário? Isso é sinal de classe? É sinal de quê, eu me pergunto.

E respondo: É sinal de vulgaridade. Não há dinheiro ou diamante no mundo que dê classe para uma pessoa. Um diamante mais parece uma pedrinha de vidro no pescoço de alguém assim. Ela só se sente especial, importante e valorizada se estiver cercada de pedras ou metais preciosos. Porque se você tirar tudo dali, ela só vira mais uma mulherzinha ordinária, viciada em gatorade, chocolate e cirurgias estéticas. Nada diferente da Dona Raimunda que frequenta o armazém "Bom Jesus" na favela de Paraisópolis.

Friday, January 19, 2007

Mercosul destaca respeito à democracia em declaração

Impressionante como o Mercosul, que desta vez enfatizou tanto a democracia, desconsidera este momento em que o filhote de Fidel Castro - o falastrão e ditador Hugo Chávez - consolida seu governo numa escalada crescente de autoritarismo e populismo terceiro mundista.

O presidente da Venezuela - se é que podemos chamar este usurpador assim - é o exemplo de como os governos latino-americanos vêm se transformando em algo que não sabemos o que é, e que o próprio Chàvez mesmo chama de "socialismo do século 21". Um sistema de governo abertamente populista, autoritário e incompetente.

Hugo Chávez está perdendo o petróleo da Venezuela. Há duas coisas certas sobre petróleo: o preço será sempre instável e um dia ele vai acabar. Para se ter uma idéia da instabilidade de preços, em julho o barril estava perto de US$ 80 e ontem fechou em US$ 54.
Por isso, os países que têm petróleo deveriam usar essa riqueza temporária e oscilante para construir o futuro de seus povos. Poucos conseguiram fazer isso. A Noruega conseguiu. Os Países Árabes, nunca.

A Venezuela já perdeu todas as ondas de alta de preços e agora está perdendo outra num projeto confuso conduzido por mais um caudilho latino-americano fora de época. A PDVSA, empresa petrolífera da Venezuela, mesmo com a abundância dos dólares que recebe, investe menos da metade do que a Petrobras investe, e um terço do que a Pemex, do México, investe.
O dinheiro da empresa é todo controlado por Chávez para fazer políticas sociais e distribuição de bondades aos países sobre os quais ele quer ter influência como Cuba, Bolívia e Nicarágua.
As políticas sociais seriam um bom destino de parte dos lucros do petróleo, se fossem para mudar o país, resgatando os mais de 60% da população que vivem na pobreza. Mas são políticas sociais com o objetivo de construir a base política de Chávez para seus projetos ditatoriais e não com a meta de tirar os pobres da pobreza.

Ninguém sabe o que é esse socialismo de Hugo Chávez. O que ele não esconde é que quer se eternizar no poder. Ontem mesmo ele pediu ao Congresso mais poderes e nomeou uma aliada fiel para comandar nova reforma da Constituição, para que ele possa se reeleger por uma quarta vez, quinta vez e assim sucessivamente.

A única coisa certa sobre Hugo Chávez é que ele manipula a democracia para destruí-la.