Thursday, July 03, 2008

É a selvageria ideológica atacando de novo

Exato. Estou voltando a escrever após meses de inatividade bloggística e por puro exercício da idiotice, porque definitivamente vocês não merecem. Mas volto falando do que mais gosto: a esquerdiotice. O artigo abaixo é do brilhante colunista Reinaldo Azevedo, para a Veja desta semana, esperando que alguma luz surja no horizonte esquerdiota de vocês. Segue:


E quem resgata os nossos pobre alunos, seqüestrados pelos selvagens ideológicos?

Eu não sei se a chamada academia brasileira, a universidade, tem salvação. Acho que não. A máquina de fabricar idiotas é poderosa. Refiro-me, em particular, à área de ciências humanas. O opinionismo, pura expressão da ideologia, não se ocupa nem mesmo de ser lógico. Vamos ao caso.

A Globo News tem a mania de chamar professores para opinar sobre temas momentosos, especialmente quando se está diante de ocorrências inesperadas. E os acadêmicos vão falando. Há pouco, Francisco Carlos Teixeira, professor de história contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro, comentava a libertação de Ingrid Bettancourt, uma operação coordenada pelo presidente Álvaro Uribe. Ao ouvir o moço, pensei: “E quem resgata os pobres alunos que foram seqüestrados por Francisco Carlos?”

Sabem quem é o principal derrotado com a libertação de Ingrid segundo o nosso acadêmico? Ganhou um doce quem respondeu “Álvaro Uribe”. Dá pra acreditar? Ingrid só foi resgatada porque o governo colombiano eliminou a cúpula das Farc. Em menos de uma mês, seus principais dirigentes foram eliminados. Na versão oficial, Tirofijo, a múmia narcoguerrilheira, morreu do coração — se é a guerrilha que diz, não acredito. Acho que ele também levou um pitoco na testa.

Não sabemos ainda detalhes da operação. Tenha sido mesmo um resgate com confronto, tenha ele decorrido da negociação, isso só aconteceu porque as Farc estão ficando sem saída. E isso, é evidente, é uma vitória histórica de Uribe. Teixeira, que é ideológico, mas não é burro, afirmou que o evento é uma derrota para Hugo Chávez. Entenderam? A derrota de Chávez seria também a derrota de Uribe... Não dá, né?

E por que ele afirma essa sandice? Porque Ingrid, claro, é popular e pode vir a se candidatar para a presidência da Colômbia, o que contrariaria os planos continuístas de Álvaro Uribe. Ela vai se candidatar mesmo? Estará em condições físicas e psicológicas para tanto?

Uma pergunta da jornalista revelou o substrato da tese de Teixeira. Indagado sobre a redução da violência na Colômbia, o homem teve a coragem de dizer que caiu o número de batedores de carteira, mas que o Plano Colômbia fracassou, já que cresceu a produção de cocaína no país. Data vênia, é um misto de mentira com delinqüência teórica. Os assassinatos — e não carteiras roubadas — caíram mais de 70% em cidades como Bogotá e Medelin. A Colômbia legal vive um momento de notável estabilidade econômica. O chamado Plano Colômbia quebrou a espinha da guerrilha. A produção de drogas cresceu na Bolívia, por exemplo — onde não existe Plano Colômbia. Ademais, no meu esforço de resgatar os alunos de Teixeira, indago, de braços dados com a lógica: se a produção de drogas cresceu com o Plano Colômbia, como seria sem ele?

Afinal, qual é o busílis? O busílis é que Uribe não é “um deles”. Não fica repetindo esses mantras idiotas dos esquerdopatas — aquela patacoada que se viu ontem na reunião do Mercosul. E, por isso, mesmo quando vence, declara-se a sua derrota.

Não custa lembrar que o Brasil, junto com a Venezuela, liderou o esforço para demonizar a Colômbia por conta da “invasão” do território equatoriano, na operação que matou o terrorista pançudo, Raúl Reyes, o primeiro do núcleo duro da guerrilha a morrer. Quem não se lembra de Marco Aurélio Top Top Garcia, com seu chapéu Panamá, na mata colombiana, para resgatar reféns, naquela pantomima armada por Hugo Chávez?

Uribe nunca caiu na conversa. E está vencendo os terroristas como o terrorismo deve ser vencido: com armas — e inteligência militar. Os nossos “progressistas” não suportam isso. Eles querem as Farc, como é mesmo?, integradas à legalidade.

E encerro observando: a Globo News chama acadêmicos porque, em tese, conseguiria análises mais profundas do que os canais abertos de TV. Besteira! O expediente só acrescenta suposta autoridade intelectual a mentiras as mais deslavadas. Daqui a pouco, o Jornal Nacional, com notável objetividade, dirá tudo o que é preciso saber sobre o assunto, sem o descaramento ideológico.

E depois os telespectadores assistirão à novela A Favorita — que civiliza muito mais do que a maioria dos nossos acadêmicos. Na novela, ao menos, dizem-se algumas verdades morais por meio da ficcção. A academia está se tornando notável por afirmar mentiras grotescas manipulando os fatos da vida real.

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