Tuesday, July 15, 2008

A Classe Média é patética

O tal do PM que matou Daniel Duque na porta da Boate Baronete em Ipanema já está em liberdade, diz o "O Globo" de hoje. Segundo o juiz Sidney Rosa da Silva, "não houve prisão em flagrante" e "não havia necessidade de prisão preventiva do policial por falta de indicação de dados concretos por parte do réu que possa frustrar a atividade jurisdicional (...)". (leia a notícia aqui.)

Não se pode avaliar ao certo quem é vítima de quem nessa história, longe de mim acusar um ou outro de algo sem provas, mas fico espantado ao ver tanta gente julgando o policial e esquecendo que a coisa mais comum nas noites do Rio são esses episódios envolvendo mauricinhos filhinhos de papai da zona sul do Rio espancando alguém, destruindo alguma boate ou dirigindo bêbado. Ora, não sei da história pessoal desse Daniel Duque, mas gostaria de saber - se ele é um "anjo do bem", como os pais dizem - o que ele estava fazendo com mais 12 amigos "enfurecidos" (como disse o policial), cercando um casal na porta da boate naquela noite. E o que ele queria ao tentar segurar a arma do PM ? Será que ele queria dominar o poicial para que o resto da galera o enchesse de pancada, como fez covardemente aquele outro grupo em Niterói? Não se sabe, mas é no mínimo suspeito.

Está todo mundo caindo de pau no policial e nem se lembram mais dos últimos acontecimentos envolvendo birita, drogas, violência, covardia e essa molecada patética que azucrina as noites nas boates do Rio. Quantos já sofreram nas mãos desses marginais?

Gostaria de saber o que estes pais que agora choram inconsoláveis com a perda do filho, estiveram fazendo esse tempo todo quando não sabiam por onde seu filho andava e o que ele costumava fazer nas noites de sábado com a "rapaziada". Que valores esses pais - e tantos outros - têm passado aos seus filhos, para permitir que eles se envolvam nessa onda de irresponsabilidade e crimes, num mundo particular onde tudo é permitido? Bandido é bandido, não importa a classe social.

Todos lembram do pai de um daqueles marginais de classe média que espancaram a doméstica na Barra:

"Mulher é tudo assim mesmo, fica roxa com quase nada. (...) Meu filho é estudante, um rapaz sério, de bem, não merece ficar preso por uma besteira dessas (...)"

Esse pai merecia estar na cadeia como cúmplice. Mas ele só demonstra aquela certeza arrogante que a maioria dos brasileiros têm: a certeza da impunidade. Chamou todos de idiotas com a sua colocação. E como ele bem sabia, tudo ficou por isso mesmo. E se um policial aparece na hora e atira no marginalzinho? Certamente o garotão passaria de vilão a vítima, de arruaceiro a "anjo do bem".

O mais surpreendente é que essa mesma classe média que nessa hora clama por paz, é a mesma que consome as drogas dos morros, e sustenta essa violência no Rio. Se é um jovem de subúrbio que morre baleado é bandido. Mas se é da zona sul, é "anjo do bem".

A hipocrisia da classe média é patética.

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