Monday, July 03, 2006

Grandes Brasileiros V - IVAN LESSA

Meu único objetivo em escrever aqui - de graça, e prestem atenção a esse detalhe - é instruir a horda, os ogros, os ignorantes, enfim, nós brasileiros. Porque se você ficar lendo jornal, revista e lista de best sellers -Paulo Coelho e Dan Brown sucks! -, nunca sairá da parcela estúpida da população, que cientificamente comprovada - e eu assino embaixo - é de 90% das pessoas em todo o mundo. Independente de credo, etnia, classe social, direção política - seria a prova de existência de tantos canhotos?- ou nacionalidade.

Vamos falar do que interessa a seres da camada não-estúpida. Você está dentro? Por isso vou continuar escrever a série Grandes Brasileiros. Se fosse um jornal ou um livro de história figurariam nomes como Getúlio Vargas, Lula, FHC, Tiradentes, mas não é! Como eu disse é para a nata, e existem brasileiros - mas não confunda com carnaval/futebol/bundas - que podem e devem ser citados.

Continuo minhe série de Grandes Brasileiros com Ivan Lessa. Lessa é mais um dos que figurou no lendário Pasquim, seus parceiros de escrita eram, entre outros, Francis, Millôr... E já não preciso citar mais ninguém.Lessa vive há mais de 20 anos num auto-exílo em Londres e não pretende voltar nem vivo, nem morto ao Brasil. Garanto que se Diogo Mainardi, seu mais famoso pupilo, não vai a Cuiabá nem que o paguem, Lessa não vem ao Brasil nem que você ofereça uma bolada.

O passado de Lessa é muito bom, deve ser garimpado, principalmente no Pasquim. Em se tratando de livros, com alguma sorte você pode topar com Garotos da Fuzarca e Ivan Vê o Mundo, este último uma coletânea de crônicas.

Ivan é um defensor da crônica:

Por que nós, brasileiros, fizemos do gênero especialidade da casa --feito muqueca de peixe ou tutu à mineira?

A crônica é a nossa autobustificação, por assim dizer.

Ou, em termos da realidade atual: é a nossa autonomeação para assessor disso ou secretário daquilo outro.

(...)Quem não escreve por dinheiro não é digno da profissão.

Um romance vende cinco mil exemplares e o autor, com alguma sorte, pega o equivalente a uns tantos salários mínimos.


Se dividirmos tempo gasto no trabalho e na vida de estante do livro, vai dar nisso mesmo: salário mínimo.O cronista, por outro lado, mesmo mal pago ? e quando é bom não é esse o caso ?, tem uns cobres garantidos no fim do mês, se o empregador for bom pagador.


E o faz com maestria --viram a questão do dinheiro? Agora os mais desavisados --e espero que sejam muitos-- vão se perguntar: Onde eu encontro Ivan Lessa? Fácil. Em Londres. Mais exatemente BBC, e eu poderia deixar isso de lado, afinal uma gloogueada e você o acharia fácil, mas como o objetivo é lidar com "vocês", estão aqui os links:

BBC Brasil - Ivan Lessa
Coluna Livros e Autores
Entrevista com Ivan Lessa por Geneton Moraes Neto
Mais algumas crônicas

Chega. Com isso já podem caminhar com as próprias pernas, se forem capazes é claro, não tenho a menor pretensão de salvar alguém da paralisia intelectual com meia dúzia de linhas sobre o Lessa, não acreditem naquele papo do início do texto..Deixo aqui o decálogo Ivan Lessa, selecionado pelo Geneton na ótima entrevista que vai ser lida. Vai?

Eu estou por fora de orixá, araçá azul, odara e mandacaru vermelho!

O Brasil deveria esquecer o cinema. Somos ruins.

Pateta, Mickey e o Pato Donald são vizinhos melhores do que o pessoal que infesta a Barra da Tijuca.

Não há motivo algum para nos sentirmos à vontade no mundo! Os alienígenas somos nós.

O calor da sono. O frio me civiliza.

Não quero entrar com meu plangente violão do saudosismo, mas nosso jornalismo piorou muito mesmo.

Sempre fui muito mais velho e muito mais cético que Paulo Francis.

Ainda estou moço, só tenho 64 anos. Pode ser que a depressão ainda venha.

O que eu acho triste é o fato de meu livro sair!

Uma das vantagens de estar fora é que só recebo o disco de Caetano Veloso. Não sou obrigado a ouvir aquelas tolices enormes e aquelas bobajadas nas entrevistas.

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