Saturday, July 22, 2006

Fato Cosumado

Publicado no Jornal do Brasil, 20 jul. 2006 (e transcrito do blog "Nadando contra a Maré Vermelha")

Fato consumado

Olavo de Carvalho

Uma revolução não consiste em "tomar o poder". A tomada do poder é apenas um elo numa cadeia de transformações que começa muito antes e termina muito depois dela. Uma revolução é um processo complexo, que se estende por décadas e se desenrola com ritmos desiguais, entre fluxos e refluxos, às vezes simulando ter cessado por completo, às vezes precipitando-se em crises espasmódicas que parecem o fim do mundo. Durante muito tempo, a unidade do processo só é visível aos que o planejaram e a uns poucos observadores qualificados. O restante da população se deixa confundir pela variedade polimorfa dos acontecimentos, sem atinar com a lógica por trás da confusão aparente.

Uma das linhas de força essenciais que compõem uma revolução é a lenta e gradativa substituição da ordem legal por um novo critério legitimador, injetado sutilmente, de início, mas depois impondo-se de maneira cada vez mais descarada, até que o apelo à antiga norma se torne reconhecidamente impotente, reduzindo-se a objeto de chacota.

O MST poderia, sem dificuldade, ter-se registrado como ONG e solicitado legalmente a ajuda financeira do Estado. Se não o fez, não foi tanto para escapar à responsabilidade civil e penal, mas por um cálculo estratégico muito preciso: mais importante até do que instituir a violência e o terror como meios válidos de acesso à propriedade da terra era subjugar e usar o próprio Estado como instrumento legitimador do processo. Desde o momento em que o governo federal aceitou financiar com dinheiro dos impostos os crimes praticados por uma entidade legalmente inexistente, inimputável portanto, a antiga estrutura jurídica do Estado cessou de existir. Discreta e impercebida, mas nem por isso menos possante, a nova hierarquia legal que então passou a vigorar baseia-se na imposição tácita da ideologia revolucionária como fonte de todos os direitos e obrigações, revogadas as disposições em contrário. Essa inversão radical do critério de legitimidade é muito mais decisiva do que a subseqüente tomada do poder, que não faz senão dar expressão visível ao fato consumado.

Não há portanto nada de estranho em que um órgão tão representativo do pensamento das elites nacionais como a Escola Superior de Guerra se disponha a ouvir com humildade e respeito as lições do sr. João Pedro Stedile. O chefe do MST é algo mais do que mera autoridade: como primeiro cidadão oficialmente liberado pelo Estado para passar por acima das leis e remoldá-las à sua imagem e semelhança, ele é a célula-mãe, o símbolo gerador, o modelo vivo da nova ordem. A ESG tem mesmo é de bater-lhe continência e, se possível, beijar-lhe os pés, se conseguir erguer-se para alcançá-los.

Em contraste com esse auto-aviltamento masoquista, o brigadeiro Ivan Frota, ao tomar posse na presidência do Clube da Aeronáutica, advertia dias atrás contra "grupos paramilitares extremados, travestidos de 'movimentos sociais', desencadeando uma orquestrada programação de vandalismo indiscriminado, ante a inação e até o velado apoio de autoridades governamentais do mais alto escalão". É sinal auspicioso de que nem todos, nas Forças Armadas, estão contentinhos de viver no "mundo às avessas".
Mas, no mundo civil, proliferam os sinais de adaptação feliz à ordem invertida. O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, por exemplo, induzido pelo governo a soltar os 32 baderneiros do MLST, baixou sentença alegando que a culpa pela depredação da Câmara não foi deles, e sim da própria Câmara, que, advertida da chegada dos militantes, não se preveniu contra o ataque.

Pela lógica do magistrado, se eu publicar aqui um aviso de que vou lhe fazer uma visita e ele não contratar de imediato um segurança para proteger sua cabeça oca, estarei no direito de rachá-la a pauladas com plenas garantias de que semelhante truculência não me será imputada judicialmente. A sorte de S. Excia. é que não há nada na sua caixa craniana que valha o esforço de quebrá-la.

Thursday, July 13, 2006

13 de julho - Dia do Rock

Um pouco de cultura às massas subdesenvolvidas e perdidas no vale da idiotia: Jim Morrison. Letrista brilhante e grande poeta. Escolhi Jim Morrison - entre tantos outros músicos geniais - porque ele foi exemplo de ousadia, criatividade e capacidade. Líder da banda The Doors, morreu jovem em virtude de problemas com álcool e drogas. Influenciou toda uma geração - década de 70.

Ao longo de toda a sua vida Morrison demonstrou um enorme interesse por Filosofia e por temas associados à expansão da consciência (o que motivou suas experiências com drogas). As pessoas próximas o descreviam como intelectualmente genial e seu QI beirava 150.

A música mais bem sucedida da banda, foi e é com certeza a bela "Light my fire". Os Doors foram a outra cara da geração Sgt Pepper's. Enquanto grupos como Beatles e a turma de São Francisco buscavam paz, amor e uma vida alternativa, os Doors apontavam para o lado do caos, da revolta. À frente de tudo estava Jim Morrison, o novo apóstolo o rock, que entendia que os tempos eram perigosos e assassinos. Curiosamente, Morrison não tinha a pretensão de ser cantor. Não se interessava tanto por rock e via na música apenas um meio para canalizar suas aspirações poéticas e artísticas.

Os concertos dos Doors eram na verdade, rituais. Morrison conhecia profundamente a filosofia de Nietzche e particularmente suas obras: A origem da tragédia e a cultura dos gregos, as quais o autor postula o espírito dionisíaco em cujo delírio sagrado a natureza abre ao artista suas verdadeiras portas e lhe mostra a face real:

"A música mágica e a conjuração parecem ter sido a forma primitiva e origem de toda a poesia. O homem acostumou-se durante milênios com a conecção do idioma com o ritmo da música. O poder mágico da dicção rítmica tem sido paulatinamente esquecido. Distanciamo-nos cada vez mais da nossa origem. A canção mágica é uma conjuração aos demônios que parecem estar em atividade. A iniciação - cujos mestres foram segundo a mitologia, Orfeu, Musaeu, etc... era fundamentada pelos efeitos catárticos. As canções rituais relacionadas com os antigos mistérios eram vigorosas e entusiásticas."
(Nietzche - A cultura dos gregos)"

"Da mesma forma que os coribantes possuídos pela febre da dança não realizam suas que evoluções no espaço, segundo uma clara consciência, os poetas líricostambém engendram as mais belas poesias apenas quando a potência da harmonia e do ritmo 'baixa' sobre eles."
(Platão, em Ion)

Morrison havia particpado na UCLA de um grupo de teatro que seguia as diretrizes do teatro da crueldade do surrealista Antonin Artaud. A representação cênica foi revolucionada por este mestre que a concebia como um ritual orgástico, mágico e irrepetitível. Artaud, que nos anos 30 jáexperimentava peiote (cacto alucinógeno) entre os xamãs mexicanos, descreveu esse ritual no seu livro A Taraumara. "O país dos índios Taraumara é repleto de misteriosos signos de formas esculpidas pela rocha viva sob o sol escaldante do deserto. Sob o efeito profundo do peyote, presenciei a tradição da Cabala, esta notável música dos números. A sagrada matemática oculta, na qual o caos material se rende totalmente a seus princípios. Uma matemática grandiosa que explica como a natureza engendra a gênese das formas. Nos maciços rochosos do deserto, distinguia, cristalinamente as estátuas esculpidas segundo a progressão numérica 3,4,7 e 8. As formas bizarras e barrocas dispunham-se sob um pedestal de granito formado por 3 sólidas rochas que se arrojavam em 12 pontas até as alturas. Os Taraumara repetiam estas séries em seus rituais e danças." (Antonin Artaud)

Os alucinógenos sempre tiveram uma importância muito grande na formulação inicial do som dos Doors. Eram utilizados como catalisadores. Morrison seguiu ao pé da letra a máxima de Rimbaud: "Embriaguês sagrada: te afirmamos método!" ritualizando seus concertos, deixava-se levar pelas poderosas correntezas de Dionísio."
(Erycson Poltronieri e Andrei Simoes)

O fatídico show de Miami, em 1969 - pela visão de John Densmore, baterista.
"Existe um ponto além do qual não há retorno. Este é o ponto que devemos atingir."
(Franz Kafka)

O ponto ao qual Kafka se referia foi alcançado por Jim naquela noite. Metamorfoseou-se em um monstro que mesmo assim continuava a ser fascinante. Mas o que realmente o levou a se precipitar no abismo naquela noite? Decerto, a energia extra com o qual nascera ou seus próprios demônios interiores. O Dinner key auditorium estava superlotado. Eram 8 e 15 da noite e Jim não chegara na hora prevista. Robbie (o guitarrista) comentou: "será que odemosentrar sem ele?" "de modo algum" eu disse. Após meia-hora de tensão ele chegou. Não olhei para trás mas senti que alguém com uma vibração completamente estranha havia chegado. Percebi literalmente o caos se aproximar. O que todos chamam de carisma eu denomino de psicose! Não o encarei frontalmente, pois tinha medo daquela sinistra figura. Entramos no palco, Jim estava completamente embriagado. Começamos com Back Door Man e então Jim parou a música no meio e começou a vociferar:"Vocês não passam de uns fodidos! Vocês vão atr s de tudo que lhes mandam, deixam ser comandados. Na verdade, gostam disso não? Acredito até que talvez apreciem enfiar a cara na merda... não passam de um bando de escravos. E o que pensam para fazer mudar tudo isso? Não estou falando em revolução. Não estou querendo fazer nenhum tipo de demonstração. Apenas falo na possibilidade de nos divertirmos. Falo sobre dançarmos, sobre fazer amor. Isso, agarre seu amigo e faça amor! Vamos! Sim! O que vocês estão fazendo? Querem ouvir música não? Não, não é isso o que vocês querem. Então está certo. Quero ver muita ação aqui. Não existem regras ou limites! Vamos lá!"

Neste preciso instante o palco começou a ser invadido por uma multidão. As pessoas formavam um círculo e dançavam feericamente. Um policial e Jim trocaram os chapéus. Decidi abandonar o palco o mais rápido possível. Um segurança levou Jim para fora do palco, já completamente invadido e destruído pela multidão enlouquecida."
(Jon Densmore)

Recomendo uma bela ouvida no CD: "An American Prayer".

Monday, July 10, 2006

Achille Lollo - Por trás de Heloisa Helena e do PSOL

Bom dia. Volto a postar contra esta praga chamada PSOL, a sigla partidária que surge no cenário nacional como cura para o Brasil, simbolizado por sua estrela maior, a senadora-governanta Heloisa Helena.

O Grupo PRAXIS, que se intitula uma “corrente revolucionária do PSOL” é vinculado ao grupo internacional Socialismo ou Barbárie. Uma de suas figuras de relevo é o revolucionário italiano Achille Lollo. Sobre o grupo PRAXIS há pouco a dizer, por enquanto. Mas o que se sabe sobre Achille Lollo dá uma idéia do que representa o PRAXIS.

Achille Lollo é um foragido da Justiça italiana, condenado a 18 anos de reclusão por ter queimado vivas duas pessoas de uma mesma família, Virgilio Mattei, de 22 anos, e Stefano Mattei, de 8 anos. Na noite de 16 de abril de 1973, em Bologna, Achille Lollo e dois comparsas despejaram galões de gasolina por sob a porta de entrada do modesto apartamento onde moravam as vítimas, com o objetivo de liquidar com a família Mattei. Na época, Virgilio Mattei era militante do Movimento Sociale Italiano, tido como neofascista, e Achille Lollo era militante da facção Poder Operário, de esquerda e anti-fascista. Recorde-se que, nessa época, a Itália vivia os chamados “anos de chumbo” em face do terrorismo promovido pelas Brigadas Vermelhas, que contavam com a simpatia do Poder Operário.

Achille esteve preso no Brasil, em 1993, por alguns meses mas teve negado pelo STF o pedido de extradição feito pela Itália, sob o argumento de seus advogados, aceito pelo STF, de que Achille Lollo havia cometido um crime político.

Finalmente, o que pensar de um partido que acolhe Achille Lollo como seu militante? Mais ainda: como dirigente de uma corrente?

Assim como o Partido dos Trabalhadores tem o MST como aliado, o PSOL também tem seu braço na área rural: o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), fundado em 18 de agosto de 2002, em Goiânia/GO, resultante da unificação do Movimento de Luta Socialista (MLS), Movimento de Libertação dos Sem Terra de Luta (MLST de Luta) e Movimento dos Trabalhadores (MT). No Manifesto de Fundação, o MTL deixa clara aos analistas a sua vinculação ao PSOL e ao trotskismo internacional, quando assinala:

“(...) Afirmamos o socialismo como estratégia; lutamos por um novo socialismo, um socialismo com liberdade; entendemos a construção de um novo socialismo como uma tarefa que extrapola as fronteiras de uma só Nação (...)”.

Desde sua fundação, o MTL, a pretexto de fazer a reforma agrária, à semelhança de uma quadrilha organizada, promoveu a invasão de diversas fazendas, principalmente no Triângulo Mineiro e em Pernambuco, interditou rodovias e ferrovias, promoveu passeatas e apoderou-se de sedes do INCRA. Uma delas, em Recife, em 15 de abril de 2004 que somente desocupou após 25 dias. O surgimento do Partido Socialismo e Liberdade representou, é verdade, uma amarga derrota para o PT. Todavia, pelo que se conhece até agora o PSOL não passa de uma mera justaposição oportunista de tendências, algumas mais à esquerda que outras, com estratégias e programas inconciliáveis que seguramente se digladiarão dando lugar a outras tendências e frações. Alguns desses grupos propõem “forjar uma alternativa política e econômica para o país”, ou seja, atuar dentro da institucionalidade vigente, sem ruptura, enquanto outros afirmam que lutarão para que “os trabalhadores e as massas oprimidas tomem o Poder”.

Finalmente, leiam o artigo 21 do Programa do PSOL apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral que o aprovou e que resultou na sua legalização como partido político:

“A luta da classe trabalhadora é internacional. Em defesa da solidariedade e da coordenação das lutas latino-americanas. Defendemos a articulação política dos socialistas e internacionalistas de todos países, o apoio às lutas e a busca constante de uma coordenação das mesmas. Pela unidade dos trabalhadores e do povo da América Latina. Pela Federação das Repúblicas da América Latina! Contra toda e qualquer intervenção imperialista na América Latina e no mundo, seja na Colômbia, na Venezuela, no Iraque ou na Palestina. Contra a vergonhosa intervenção do Brasil no Haiti, cumprindo o papel de tropas auxiliares dos Estados Unidos. Consideramos decisiva a construção de uma frente de ação, política e social, que busque articular para a luta os movimentos e as forças sociais anti-imperialistas no nosso continente. Na luta contra o imperialismo estamos pela mais ampla unidade de ação com todas as forças que estejam dispostas a uma ação concreta contra o mesmo”.

Sunday, July 09, 2006

Ainda sobre Heloisa Doente Helena

O meu amigo Adailton Persegonha enriquece este blog de tal forma que é impossível deixar de publicar seus comentários, que só têm a acrescentar:

"... o ideólogo do PSOL é um italiano chamado Achille Lollo. Um terrorista condenado a 18 anos de prisão em seu país de origem. O cara botou fogo no apartamento de um adversário que ele dizia ser de "direita". Matou dois filhos do sujeito sendo que um deles tinha dois anos de idade. É com esse tipo de gente que Heloísa Helena se mistura. Não me admira que ela tenha em seu gabinete uma foto de Che Guevara, com aquele olhar romântico e feroz. Qualquer pessoa que tenha dois neurônios sabe que Che Guevara era um tarado homicida... "

E essa senhora quer ser presidente do Brasil.

Friday, July 07, 2006

A Dama da Demagogia

Não sou muito chegado a nenhum tipo de partido ou candidato e me limito a fazer comentários pró alguém aqui neste blog. Definitivamente nossos políticos não merecem a menção de seus nomes num blog como este e nem que percamos nosso precioso tempo falando deles. Tirando 1% que deve estar na política por masoquismo, o resto é escória.

Mas não posso deixar de falar desta senhora aí ao lado. É incrível como essa brasileirada - a parte que se diz "esquerda pensante" (como se uma coisa não anulasse a outra!) - tem afeição por "salvadores da pátria" que gritam, berram e batem na mesa. Se tiver sotaque nordestino melhor. Vide Fernando Collor.

No meio de tanta M(!) num governo - especialmente este atual - gente como essa senhora se transformam em mártires. É o terreno mais fértil para aflorar a demagogia e o caudillhismo.
Eu acho, que ao invés de ficar gritando e criticando Deus e o mundo, essa senhora deveria se dedicar mais a pensar e dar soluções para o que ela tanto critica (se é que ela é capaz disso.).

Não se espantem: esquerdismo é doença.

Ricos e Generosos x Pobres e Malandros

Mais Janer Cristaldo:

"Neste Brasil em que ser milionário é pecado mortal, as grandes fortunas do mundo são vistas como algo demoníaco. Imagine então ser bilionário. Ocorre que nem todos os bilionários são mesquinhos como os milionários Maluf ou Pitta, que correm a proteger seus milhões em bancos cúmplices no Exterior. Bill Gates, por exemplo, é visto entre nós como um reles vilão, criador de um soft proprietário, que seria imposto ditatorialmente a todos os usuários da Internet. Os jornais brasileiros são avaros em notícias sobre a fundação Bill e Melinda Gates, dirigida pelo próprio e sua mulher. Que acaba de receber um aporte de 24 bilhões de euro do também bilionário Warren Buffet. A notícia, encontrei-a em um editorial do jornal espanhol El País. A fundação Gates dispõe agora de 48 bilhões de euro para ações sociais no mundo todo. A cifra equivale, mais ou menos, ao que os Estados Unidos destinam anualmente aos países subdesenvolvidos. Entre os principais propósitos da fundação estão a redução da pobreza, a luta contra as doenças, particularmente a Aids e a poliomielite, o apoio à planificação familiar no Terceiro Mundo, a defesa do aborto e a oposição à proliferação do armamento nuclear. Claro que alguns desses itens não agradarão à Igreja Católica, que prefere ver milhões de indianos, africanos e latino-americanos chafurdando na miséria mas prolíficos, aidéticos mas sem preservativos. Segundo o jornal sueco Aftonbladet, já há padres chamando Warren Buffet de "Dr. Mengele filantrópico".

Ao contrário do que se poderia esperar destes magnatas do capitalismo, eles se opõem à isenção tributária sobre as heranças e são partidários da meritocracia. As estimativas, diz o jornal espanhol, situam em mais de 250 bilhões de dólares o que cidadãos e instituições privadas doam anualmente nos Estados Unidos sob o conceito genérico de filantropia e obras de caridade.

Aqui no Brasil, um presidente da República, inculto mas malandro, usa dinheiro público para reeleger-se. O programa social do governo extorque do contribuinte 62 reais por mês, em média, para dar esmolas a 21% dos domicílios brasileiros. A três meses das eleições, o Supremo Apedeuta, aumentou no último mês em 1,8 milhão o número de famílias beneficiárias do Bolsa-Família, que melhor seria chamado de Bolsa-Reeleição. Até 2005, o programa contemplava 8,7 milhões de pedintes. Este ano, será estendido à pior praga urbana que empesta as grandes cidades. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, até 15 mil moradores de rua receberão o benefício. Não será de espantar que, nos próximos anos, vejamos multidões optando por morar na rua para receber o Bolsa-Reeleição. "Fazer política para pobre é uma coisa muito prazerosa", disse Lula. Particularmente quando esta política é feita com os sofridos ganhos do contribuinte.

Esta demagogia caudilhesca trará danos letais ao futuro do país. Daqui para frente, qualquer político que tenha em seus planos acabar com esta esmola nociva e humilhante, jamais será eleito. A esmola estatal veio para ficar."

:)

Wednesday, July 05, 2006

Minutos de Sabedoria

Atenção macacada brasileira, jecas de plantão e imbecis em geral:
Este comentário - quase um desabafo - do Janer Cristaldo merece um destaque aqui no blog. Parabéns, Janer! Se todos pensassem assim - aliás se todos PENSASSEM - seríamos um país que cresce, e não um acidente geográfico que SOBREVIVE.


"Mais que o fanatismo, abomino esta mania tupiniquim de associar o futebol à nação. Toda época de copa, vivo meus dias de nojo. Já não se pode ir a um restaurante sem ter de suportar os patrioteiros berrando a cada gol. O verde e amarelo torna-se emético. Pessoas aparentemente inteligentes viram de repente brutos fanatizados. Nem precisa o Brasil jogar. Qualquer jogo é aquecimento para o dia em que a pátria entrar de chuteiras no campo. E ai de você se pedir a um garçom para baixar o volume da TV. Passará por inimigo da nação. Isso se não for corrido do restaurante.De uma forma que lógica alguma explica, cada vitória do Brasil é vista como uma vitória do governo no poder, seja lá qual governo for. Assim foi nos dias de Médici, assim é nestes dias do Supremo Apedeuta. É como se o presidente e seus ministros tivessem suado a camiseta nos estádios. Cientes deste vício deste povinho infame, os governantes se apressam em colar-se à seleção. A copa passa a ser um fator eleitoral. Nestes dias, ninguém mais lembrará que o PT montou a mais vasta quadrilha de toda a história do país, que o presidente acha algo perfeitamente normal o caixa dois, como nada vê de mal no fato de seus filhos enriquecerem com tráfico de influência. Ninguém mais lembrará dos assassinatos em série do PT, nem do financiamento estatal à guerrilha católico-marxista. Muito menos dos ministros escorraçados de seus ministérios por participação na quadrilha. Tudo será borrado da memória nacional. Depois da copa, começa-se de zero.

Pior é o espetáculo da imprensa. Jornalistas, que por questão de ofício deveriam ser profissionais lúcidos, transformam-se em palhaços abobalhados que só repetem lugares comuns e frases vazias. Passamos a viver em pleno império das nulidades. Os jornais passam a dedicar cadernos inteiros à crônica ... do nada. Rádio e televisão ministram todos os dias doses colossais de anestésicos. Em falta de assunto, criam-se tragédias em torno às bolhas no pé de uma vedete qualquer, à lesão no menisco de outro analfabeto. Saudades dos anos 50.

Outro dia, pesquisando jornais da época, tive o grato prazer de constatar que, naqueles dias, futebol não entrava na primeira página dos jornais.O que me afasta do futebol é o fanatismo do povinho, dizia. Paradoxalmente, nestes dias de copa viro torcedor. Desde que me conheço por gente, em todas as copas, sempre torci... pela derrota do Brasil. Torço especialmente nas oitavas, quando uma derrota significa exclusão da competição. Mas também não me desagrada ver o Brasil goleado em uma semifinal ou final. Assim sendo, ergo minhas preces neste início de campeonato pela vitória da Croácia. Hrvatska, em croata. País com um nome assim bem merece uma vitória. Além do mais é país de fraldas, tem pouco mais de dez anos de vida. Que viva a Hrvatska! Uma taça lhe viria bem para apresentar-se ao mundo. Se a Hrvatska não contiver o Brasil, deposito minhas esperanças nos demais adversários pela frente. Se, na pior das hipóteses, o Brasil chegar à final, rezo para que um Obdulio Varela ressurja das cinzas para terminar a copa com fecho de ouro. Nestes dias de tão raras boas notícias, peço aos deuses um presente para mim mesmo. Uma derrota, de preferência humilhante, de meu país. Se ela ocorrer, o leitor já pode imaginar meu sorriso imenso e feliz.

Você conhece algum país que faça feriado em dia de jogo de sua seleção? Se disser que conhece, vou dizer que você se engana. Esta vergonha é nossa e exclusivamente nossa.Você quer torcer pelo Brasil? Torça. Mas quando estiver gritando “pra frente, Brasil!” preste atenção ao eco: “Lula 2006”."

Janer Cristaldo

Tuesday, July 04, 2006

O gênio Chet

Que eu adoro jazz isso eu já disse ali do lado. Mas meu papel aqui é trazer um pouco de inteligência e sensibilidade a quem carece.
Então vamos lá:

CHET - Chet Baker

Chet Baker é o que há de mais genial no Cool Jazz - aquele estilo de jazz que surgiu nos anos 40, um estilo mais intimista, que inspirou a geração beat, gente como Jackson Pollock, Jack Kerouak e John Fante - e tocou com artistas como Stan Getz e Paul Desmond. Era um loucaço, viciado em heroína, mas seu trompete falava por ele. E como.

Este CD é fenomenal. Uma obra-prima. O início de sua carreira está bem registrado neste CD, com canções ainda influenciadas pelo bebop e outras totalmente cool. Vale ter em casa para sempre.

Abra um Jack Daniels, acenda um charuto e põe Chet para tocar.

Monday, July 03, 2006

Grandes Brasileiros V - IVAN LESSA

Meu único objetivo em escrever aqui - de graça, e prestem atenção a esse detalhe - é instruir a horda, os ogros, os ignorantes, enfim, nós brasileiros. Porque se você ficar lendo jornal, revista e lista de best sellers -Paulo Coelho e Dan Brown sucks! -, nunca sairá da parcela estúpida da população, que cientificamente comprovada - e eu assino embaixo - é de 90% das pessoas em todo o mundo. Independente de credo, etnia, classe social, direção política - seria a prova de existência de tantos canhotos?- ou nacionalidade.

Vamos falar do que interessa a seres da camada não-estúpida. Você está dentro? Por isso vou continuar escrever a série Grandes Brasileiros. Se fosse um jornal ou um livro de história figurariam nomes como Getúlio Vargas, Lula, FHC, Tiradentes, mas não é! Como eu disse é para a nata, e existem brasileiros - mas não confunda com carnaval/futebol/bundas - que podem e devem ser citados.

Continuo minhe série de Grandes Brasileiros com Ivan Lessa. Lessa é mais um dos que figurou no lendário Pasquim, seus parceiros de escrita eram, entre outros, Francis, Millôr... E já não preciso citar mais ninguém.Lessa vive há mais de 20 anos num auto-exílo em Londres e não pretende voltar nem vivo, nem morto ao Brasil. Garanto que se Diogo Mainardi, seu mais famoso pupilo, não vai a Cuiabá nem que o paguem, Lessa não vem ao Brasil nem que você ofereça uma bolada.

O passado de Lessa é muito bom, deve ser garimpado, principalmente no Pasquim. Em se tratando de livros, com alguma sorte você pode topar com Garotos da Fuzarca e Ivan Vê o Mundo, este último uma coletânea de crônicas.

Ivan é um defensor da crônica:

Por que nós, brasileiros, fizemos do gênero especialidade da casa --feito muqueca de peixe ou tutu à mineira?

A crônica é a nossa autobustificação, por assim dizer.

Ou, em termos da realidade atual: é a nossa autonomeação para assessor disso ou secretário daquilo outro.

(...)Quem não escreve por dinheiro não é digno da profissão.

Um romance vende cinco mil exemplares e o autor, com alguma sorte, pega o equivalente a uns tantos salários mínimos.


Se dividirmos tempo gasto no trabalho e na vida de estante do livro, vai dar nisso mesmo: salário mínimo.O cronista, por outro lado, mesmo mal pago ? e quando é bom não é esse o caso ?, tem uns cobres garantidos no fim do mês, se o empregador for bom pagador.


E o faz com maestria --viram a questão do dinheiro? Agora os mais desavisados --e espero que sejam muitos-- vão se perguntar: Onde eu encontro Ivan Lessa? Fácil. Em Londres. Mais exatemente BBC, e eu poderia deixar isso de lado, afinal uma gloogueada e você o acharia fácil, mas como o objetivo é lidar com "vocês", estão aqui os links:

BBC Brasil - Ivan Lessa
Coluna Livros e Autores
Entrevista com Ivan Lessa por Geneton Moraes Neto
Mais algumas crônicas

Chega. Com isso já podem caminhar com as próprias pernas, se forem capazes é claro, não tenho a menor pretensão de salvar alguém da paralisia intelectual com meia dúzia de linhas sobre o Lessa, não acreditem naquele papo do início do texto..Deixo aqui o decálogo Ivan Lessa, selecionado pelo Geneton na ótima entrevista que vai ser lida. Vai?

Eu estou por fora de orixá, araçá azul, odara e mandacaru vermelho!

O Brasil deveria esquecer o cinema. Somos ruins.

Pateta, Mickey e o Pato Donald são vizinhos melhores do que o pessoal que infesta a Barra da Tijuca.

Não há motivo algum para nos sentirmos à vontade no mundo! Os alienígenas somos nós.

O calor da sono. O frio me civiliza.

Não quero entrar com meu plangente violão do saudosismo, mas nosso jornalismo piorou muito mesmo.

Sempre fui muito mais velho e muito mais cético que Paulo Francis.

Ainda estou moço, só tenho 64 anos. Pode ser que a depressão ainda venha.

O que eu acho triste é o fato de meu livro sair!

Uma das vantagens de estar fora é que só recebo o disco de Caetano Veloso. Não sou obrigado a ouvir aquelas tolices enormes e aquelas bobajadas nas entrevistas.

Sunday, July 02, 2006

Uma palavra de consolo

Neste momento de grande comoção nacional eu tenho a dizer uma palavra de consolo para os nossos torcedores:

O jeito é dar os braços aos argentinos.

:)

Saturday, July 01, 2006

Au revoir, Brasil....







Isso nunca fez tanto sentido.

:)

Mais do despeito brasileiro

Ainda sobre o despeito brasileiro sobre a Argentina. Recomendo a todos os tupiniquins-jecas brasileiros uma visita a Buenos Aires. Isso, uma viagem para a Argentina para conhecer um pouquinho de civilização extra-nação-bola. Pode ser que a brasileirada estranhe o fato de as ruas serem limpíssimas e a quantidade de livrarias - isso para quem é pensante - seja infinitamente superior ao Rio e a São Paulo juntas.
Exatamente: argentinos são cultos, imensamente mais cultos do que brasileiros.
No tocante a economia dos dois países, recomendo uma lida nos números - que já mostrei anteriormente.

PS: Brasileiros adoram acusar os EUA de idiotas por chamarem - (sic!) - a capital do Brasil de Buenos Aires, ou por não terem a menor idéia de qual seja. Agora façamos um teste: pare qualquer brasileiro na rua e pergunte a ele a capital do Amapá ou do Acre. Você verá que apesar do nossos jecas criticarem tanto os EUA e a Argentina, a extensa maioria não sabe a capital de estados do nosso PRÓPRIO território.

Êta povinho.

Video Post: Vale a pena reeleger alguém com este histórico?

No decorrer destes quatro anos, a corrupção petista atingiu patamares gigantescos a ponto de o Procurador-Geral da República indiciar 40 pessoas intimamente ligadas ao presidente Lula e afirmar que o PT é uma organização criminosa. Uma verdadeira quadrilha.

Esse vídeo é absolutamente revoltante e mostra os fatos e os crimes descorbetos nestes últimos quatro anos de PT no governo federal:

http://www.youtube.com/v/NAQP-btsf5M


Considerações sobre o Brasil

Retirei este post de um outro blog e transcrevo-o aqui.
Dêem uma lida:

Considerações de um conhecido - que passou alguns meses em Israel e depois retornou a realidade do Brasil - sobre o encerramento das atividades do blog Minuto Político. Conteúdo com o qual estou totalmente de acordo.


"Danem-se os sorrisos, o samba, a mulata, o carnaval e o futebol! Prefiro um país sem nada disso mas onde eu possa dormir de janelas abertas do que um hexacampeonato! O Janer dessa vez está coberto de razão. Viva a Croácia, a Austrália e o Japão! Viva a Argentina, que tem mais livrarias em Buenos Aires do que no Brasil inteiro. Eu tô cansado e dou toda a razão ao anônimo autor do blog Minuto Político. De que adianta denunciar aquilo que já está mais do que claro? Lula e o PT descobriram o crime perfeito, que é o crime que se anula por si mesmo. Nem Agatha Christie engendraria trama mais sórdida e insolúvel. De que adianta berrar se quem deveria ouvir tapou os ouvidos?

O autor renunciou ao blog. Eu estou renunciando ao Brasil e aconselho a todos vocês, meus amigos, que façam o mesmo.

Passei duas semanas sem ver um mendigo, sem ver um muro pichado, sem ver grades nas portas e alarmes ativados. Passei duas semanas onde minha maior preocupação era saber entender uma placa de trânsito em hebraico, onde eu podia sair pelas ruas às quatro da manhã sem medo de ser saqueado por marginais. Medo eu só senti uma vez. Não quando o Hamas ameaçou vingar os mortos da explosão na praia de Gaza (explosão causada pelos próprios palestinos), mas quando recebi um e-mail de meu pai dizendo: "Mataram um músico num assalto e o MST quebrou o Senado!". Tive medo de voltar para o Brasil.

Cai fora você também, amigão! O Brasil que afunde sozinho!"

"Midia sem Mascara" censurado no Google News Brasil!

A censura volta a imperar!
Depois de algum tempo fazendo parte dos sites considerados para alimentar o google news brasil, misteriosamente o Mídia Sem Máscara foi retirado dos resultados exibidos.Claramente uma política de censura ou filtro inaceitáveis!!Enquanto isso, lixo digital de baixo nível como "Vermelho" (de raiva) e "Centro de Mídia Independente" (sic) continuam sendo exibidos como fontes de "deformação".

Considerando que na China o google já teve que ceder, por que não o faria por aqui?
Lamentável.