Wednesday, August 06, 2008

O Clube da Luta

Na mesma - e ingrata - missão de revelar às almas um universo anti-burrice e anti-idiotice, vamos falar de cinema. Talvez seja possível que seu conhecimento e gosto para cinema se resumam a coisas como "Free Willy", "Aracnofobia", "Titanic" ou "Uma Linda Mulher". Mas ok, sempre é tempo de acordar desse mundo subcultural. Vamos lá.

Essa semana revi um filme que considero excelente e perigoso: "The Fight Club" (O Clube da Luta), de 1999. Mas somente para pessoas que não estão dispostas a pensar, a sair da superficialidade e explorar a avalanche de idéias que o filme proprociona.

Se analisarmos este filme de maneira superficial, veremos que violência e terrorismo são maneiras corretas de se mudar algo, como a sociedade atual. Um erro grave de interpretação. Mas, se formos mais a fundo (e é isso que o filme propõe) veremos que toda a violência mostrada em Clube da Luta é resultado da demência de um único homem.

A atmosfera de Fight Club é estranha. Todo o clima do filme é um misto de profunda psicopatia aliado a claras mensagens de anti-cunsumismo. Tyler Durden, personagem principal do livro do brilhante Chuck Palahniuk, e vivido talentosamente na pele de Brad Pitt, é uma mistura de filósofo anti-capitalista, louco e arruaceiro, que além de criar um clube de porradaria nos porões de uma cidade americana, revela seus objetivos através de máximas ousadas e contundentes:

"Liberdade é perder toda a esperança."
Nada é estático. Até a Mona Lisa está se desintegrando.

Só depois de perder tudo você vai fazer o que quiser se as pessoas achassem que você ia morrer, davam-lhe toda a atenção, se fossem vê-lo pela última vez, elas realmente o viam.


Você não é o que faz para viver. Você não é a sua família e não é quem pensa que é. Você não é o seu nome.Você não é os seus problemas. Você não é a idade que tem. Você não é suas esperanças.

Tudo o que você mais ama o rejeitará ou morrerá. Tudo o que você já criou será jogado fora.Tudo de que você mais se orgulha terminará em lixo. Sou Ozymandias, o rei dos reis.

Um filme excelente, ousado, com um belo roteiro e direção de arte. Sem falar na genialidade ínterpretativa de Edward Norton, um dos melhores atores de sua geração, sem sombra de dúvida.

Fight Club é um filme sombrio, violento, mas estranhamente profundo. Vale a pena ser visto e revisto. Um dos melhores filmes da década.

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