Além da burrice brasileira, que continua crescendo a cada dia que passa, uma das coisas que mais odeio é GENTE QUE NÃO TOMA PARTIDO. Aquele tipo de pessoa que não suporta a idéia de se envolver com nada. Gente que não tem posicionamento, opinião e que morre de medo de se comprometer com qualquer coisa que diga ou faça.
Ou seja, gente fraca. E eu odeio gente fraca. Nosso país está cheio de gente assim, para não dizer a esmagadora maioria. Por onde você olhar certamente vai encontrar esse exemplo patético de ser humano.
Mas quando eu falo em tomar partido não estou fazendo apologia a nenhum grupo esquerdopata que passa o ano inteiro levantando bandeiras e gritando palavras de guerra em plena Avenida Rio Branco tumultuando a vida de todo mundo. Isso é pura demagogia, oportunismo, palhaçada.
Tomar partido é algo bem diferente: é se posicionar. É estar sempre pronto a reagir sem medo frente a uma situação que demande uma atitude, uma palavra ou uma opinião sincera, sem temer se comprometer. É não permitir ser enganado, desrespeitado ou explorado por quem quer que seja e por qualquer que seja o motivo. É ter dignidade. É não tolerar mau caratismo. É presenciar uma injustiça e ter a coragem de se posicionar. É exercer o direito de ser gente de bem e fundamentalmente cidadão.
Por isso acho lamentável essa indolência brasileira. E não falo só da população de baixa renda; falo principalmente da classe média, que tem muito mais obrigação de tomar partido, pois tem informação; entretanto se mostra tão hipócrita e negligente que me dá asco.
Basta ver a quantidade de profissionais liberais que trabalham em empresas que se negam a cumprir a legislação trabalhista na contratação de seus funcionários, os obrigando a uma rotina diária quase escrava, com o único intuito de aumentar os "ganhos" de forma ilícita. Quantos desses funcionários processam estas empresas fraudulentas e criminosas? Quantos desses profissionais se posicionam e reagem a estas maracutaias e à falta de respeito profissional? Quantos procuram se informar sobre os próprios direitos para não serem feitos de idiotas? Muitas e muitas empresas atualmente vêm tendo "lucros" estratosféricos apenas burlando as leis do trabalho com "propostas" falsamente vantajosas para o contratado.
Recentemente fiquei pasmo quando descobri que um antigo colega que trabalhou comigo numa dessas empresas fraudulentas, de onde foi mandado embora da noite para o dia sem nenhum direito trabalhista, havia recebido um convite para que voltasse à empresa. A história é mais ou menos assim: o cara é descartado como uma lata vazia, sumariamente e sem nenhuma garantia trabalhista; e depois de ter passado pelo sufoco de arranjar outro emprego, já assentado, recebe um convite para voltar à mesma empresa que o sacaneou e que ele bem sabe não valer o ar que ela respira. E mesmo assim ... ele aceita voltar, acreditando - de novo! - estar fazendo um grande negócio. Aí eu fico pensando: por que um profissional esclarecido e talentoso como este meu ex colega aceita de novo uma situação como essa? Ou esse sujeito é um otário, um louco ou então está indo fazer parte do esquemão. Mais: onde é que ele guarda o seu orgulho, a sua moral, sua auto-estima ou o seu senso de justiça? Ou será que ele nem tem mais nada disso? A verdade é que alguém como ele não só merece a empresa onde trabalha, como também merece ser explorado e desrespeitado. E a empresa por sua vez precisa desse tipo de idiota para atingir seus objetivos sórdidos. Basta oferecer mais alguns centavos e um coitado como esse vende a sua dignidade bem barato. Esta é a matemática.
É o mesmo tipo de pessoa que em cada eleição diz com aquela arrogãncia malandra tipicamente brasileira: "Qualquer um que subir vai roubar mesmo...então vou votar em um que rouba, mas faz!" E dá aquela risadinha superior, se achando um exemplo de esperteza. Pois eu acho o exemplo mais nítido do nível da imbecilidade a que chegamos. Além do fato de os políticos se apropriarem do dinheiro público - que é meu, seu e do imbecil - não incomodar mais ninguém, o brasileiro não sente mais nenhuma responsabilidade, nenhum incômodo, nenhuma culpa em elegê-los e compactuar com a podridão nacional. Ao contrário, sente até orgulho. Possivelmente gostaria de estar no lugar do político corrupto.
Para mim é muito simples: lugar de salafrário, seja ele empresário fraudulento ou político patife, é na cadeia. E lugar de gente fraca que ajuda a mantê-los e não toma partido, é na pqp!
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