Isso é clichê, mas eu tenho que repetir: O Rio está violento. Roubos de celulares, por exemplo, é rotina de quem trabalha no centro da cidade. Recentemente um amigo foi abordado por um vagabundo em frente ao Tribunal de Justiça do Rio que segurou seu celular repetindo como um retardado "Perdeu, perdeu, perdeu."Ontem, depois do almoço, presenciei uma cena dessas. Vinha caminhando com mais 3 colegas de trabalho, por volta das 14:00, quando vimos um vagabundo correndo na nossa direção todo desnorteado. Foi aí que vi logo atrás do verme, uma pistola preta e brilhante quase encostada na cabeça dele. A pistola foi a primeira coisa que vi, depois foi que vi o cara que a segurava, possivelmente um policial civil à paisana, ou fazendo freela de segurança para alguma empresa. O bandidinho, de seus 23 anos no máximo, foi jogado no chão e imobilizado, quando a vítima - apenas mais um rosto na multidão - de seus 55 anos, veio correndo para pisotear a carinha do band. Juntou gente e eu também fui lá na vã esperança de poder dar meu pontapé. Quem sabe quebrar uma costela ou o nariz por exemplo. Mas o policial não permitiu e o cara ficou lá, deitado no chão, de bruço, calado e imóvel.
As vezes penso que se cada um tivesse a chance de poder largar o dedo em cima de um vagabundo desses por dia, ou se pudessemos ter o privilégio de assistir ao linchamento ou ao espetáculo de pendurar um cabra desses pelos testículos numa rua como a Sete de Setembro ou o Largo da Carioca, enquanto o público - nós - tomamos um café expresso ou um chopp gelado, o centro do Rio seria um lugar ainda mais divertido.
Quem sabe chegue um tempo onde a frase "bandido bom é bandido morto" seja a ordem do dia e cada vez que pegarmos um bandidinho desses, possamos dizer olhando no fundo dos olhos dele:
"Sabe a essa sua merda de vida? Perdeu, perdeu, perdeu."
