Friday, December 07, 2007

Os criativos Anos 80 - Parte I

Deixando de falar um pouco sobre política e sobre o nosso effelentíffimo presidente - acreditem, ele não merece tanta atenção de nossa parte - vou falar um pouco de música. De agora em diante, de quando em quando, vou postar dicas sobre CDs e bandas da década de 80 que sejam dignos de nota.

Pois bem. Há bandas que acabam no momento certo (como os Smiths), outras que já perderam totalmente o tempo e a mensagem original (Stones e Who). Mas há também grupos que foram dissipados quando ainda podiam oferecer mais. E é nessa categoria que estão os Housemartins (Sim, aquela banda que cantava o melô do papel, lembra?). Em 1989 comprei o último LP da banda e cansei de ouví-lo, muito pouca gente conhecia. Hoje vou falar sobre a banda:

Formada originalmente em 1984, pelo guitarrista e vocalista Paul Heaton, pelo guitarrista Stan Collimore, além de Ted Key (baixo) e Hugh Whitaker (bateria), se autodenominaram ironicamente como a "quarta melhor banda de Hull", uma pequena cidade interiorana da Inglaterra. Apesar da brincadeira e modéstia, foram verdadeiros mestres em compor grandes canções. No ano seguinte entraria Norman Cook no lugar de Ted. Pausa para mais um ano de trabalho duro. Assinam com a independente Go! Discs (a mesma gravadora de Billy Bragg) e meses depois conseguem um sucesso nas paradas com o terceiro single, "Happy Hour". Intitulada originalmente "French England", a canção chegou a ser número 3 na parada britânica, fazendo com que o disco de estréia, London 0 Hull 4 alcançasse a mesma posição.

Começava a comparação com o grupo de Morrissey & Marr (The Smiths), com quem chegaram a excursionar, como banda de abertura. Embora houvesse semelhanças nos vocais e até nas guitarras acústicas, a proposta do Housemartins era muito mais acessível, tendo como característica notável, os arranjos à capela, ou seja, harmonizações vocais, sem instrumentos. Um dos grandes momentos do primeiro disco é uma versão arrepiante do clássico de Curtis Mayfield, "People Get Ready" (incluindo apenas na versão CD). E foi exatamente uma versão neste estilo que deu o primeiro e único número 1 nas paradas: "Caravan of Love", dos compositores Isley/Jasper/Isley. Apesar de não ter escrito nenhum grande sucesso do grupo (a dupla de compositores mais consistente era Cullimore e Heaton), Norman Cook era o grande arranjador, tocando piano e chamando alguns músicos extras para as sessões de gravações. O disco vendeu a respeitável marca de 500 mil cópias na Inglaterra e o mesmo número no resto do mundo.

Com tanto sucesso foram eleitos em 1987 a melhor banda jovem do país. Apesar disso, Hugh deixa a bateria para Dave Hemmingway. Influenciados por Billy Bragg, abraçaram a causa do grupo trabalhista "Red Wedge" e promovem alguns concertos no intuito de angariar fundos para o partido. Outro artista que ficaria famoso pela sua adesão ao movimento era Paul Weller, já com seu Style Council. Voltam a se reunir em estúdios e produzem mais um trabalho, o single "Five Get Over Excited", novamente um sucesso de público e crítica.

Mas os problemas já existiam. Paul havia feito "Me and the farmer" inspirado nas lutas das classes operárias. Para o segundo disco, ele preferia dar mais ênfase aos arranjos vocais, enquanto Norman queria trabalhar um pouco mais a parte experimental, testando loops e seqüenciadores nos arranjos e Stan desejava colocar mais camadas de guitarras. Paul começou a tomar atitudes dignas de um ditador, chegando ao cúmulo de editar sílabas de diferentes takes para compor uma canção, digitalmente. Simplesmente ignorava as idéias de seus companheiros, sendo o ápice da discórdia durante as gravações do vídeo para "Build" (a melô do papel, como ficou conhecida aqui no Brasil). A única opção comum era que a banda estava se esgotando. Ironicamente escreveram na parede do estúdio "Housemartins R. I. P." (Housemartins, descansem em paz).

Para irritar ainda mais os outros integrantes, Paul disse em uma carta ao semanário New Musical Express, que "em uma época liderada por Rick Astley, Shakin' Stevens e Pet Shop Boys, eles (Housemartins) não eram bons os suficientes.”

Após isso, o fim era a única saída. Os músicos se separaram, sendo Norman Cook o que obteve maior sucesso, principalmente com o Fatboy Slim. Como despedida, editaram uma coletânea de compactos, Now That's What I Call Quite Good.

Particularmente, acho que o melhor disco da banda é o "People Who Grinned Thenselves to Death", na verdade o último, de 1988. Um disco cheio de melodias dançantes, criativas e bem arranjadas. Fiquem com o vídeo de "Build" e "Happy Hour":




Thursday, November 08, 2007

Ignorância de proporções continentais

Grande pesquisa. Surreal.

Esse post foi transcrito do weblog do Bernardo Carvalho, o RTFM.
Serve para todos aqueles idiotas que ainda insistem no mito da "burrice americana".

Vejam só até onde vai a burrice brasileira:

A falta de conhecimento do resto do mundo sempre foi apontada como a prova cabal da ignorância dos americanos. Portanto aos números: 54% dos americanos conseguem identificar a França em um mapa. 3% dos brasileiros conseguem fazer o mesmo.

Update: recebi comentários me perguntando de onde vem essa informação, e é da Veja desta semana. Trechos abaixo:

(...)Os pesquisadores abriram um mapa-múndi na frente dos entrevistados (1 000 pessoas, em setenta municípios das nove regiões metropolitanas) e lhes pediram que indicassem onde ficava o Brasil. Somente metade acertou. É isso mesmo: o levantamento mostra que 50% dos brasileiros não sabem localizar o país no mapa. . (...)

A pesquisa do Ipsos tem a força de um soco na boca do estômago nacional. Quase 10% dos entrevistados que passaram por uma faculdade (tendo completado ou não o curso) não sabem que o Brasil se localiza na América do Sul. Esse porcentual sobe para 30% entre os que fizeram o ensino médio (estágio em que um aluno deveria ter estudado geografia durante pelo menos seis anos) e aumenta para 50% entre os que iniciaram o ensino fundamental. (...)

Previsivelmente, o desconhecimento em relação aos outros países é ainda maior. Só 18% dos brasileiros conseguem identificar os Estados Unidos e apenas 3% localizam corretamente a França. Quanto à Argentina, tão citada em piadas futebolísticas, 84% nem sequer desconfiam de que faz fronteira com o Brasil. (...)

O dado irônico é que os brasileiros atribuem aos americanos uma grande ignorância em matéria de geografia. Gostam de dizer, em tom gaiato, que os gringos não têm a mínima idéia de como se divide o planeta. Não é bem assim. A mais recente pesquisa sobre o assunto mostrou que 86% dos americanos sabem exatamente onde fica seu país, 81% reconhecem o México, 54% a França e 47% a Argentina. (...)

Wednesday, October 10, 2007

Prá passá tem qui pagá

Taí mais uma façanha do des-governo Lula: a privatização das rodovias federais.
Não eram ele mesmo e seus comparsas petistas, que em pelo governo FHC, protestaram contra as privatizações? Não era esse mesmo cidadão, que em plena campanha pela reeleição, acusou o Dr. Geraldo Alckmin de privatizar as rodovias caso fosse eleito?? Que o governo do PT é um festival de incompetência, desmando, demagogia e populismo não é nenhuma novidade - a não ser para os papa-cheque-cidadão e bolsa-família - , mas que Lula ia seguir os mesmos caminhos tortuosos que ele tanto criticou em plena campanha para reeleição me deixa estarrecido, tamanha a cara-de-pau.
Devo lembrar que sou a favor da privatização no Brasil. O que impera aqui é o caos, a morosidade e a ingerência do serviço público, cuja estabilidade empregatícia só gera empreguismo. Não entendeu? Vou explicar: estabilidade no emprego no Brasil é a mesma coisa que cabide de emprego. Ou você nunca viu aquele monte de indolentes, sentados atrás de uma mesa lotada de papéis, vendo pornografia na Internet enquanto as filas se apinham a 5 metros dele? Isso é o serviço público no Brasil. Um poço de corrupção, descaso e ineficiência. Por essas e outras razões a privatização só fez bem ao Brasil. Casos como a quebra do monopólio da telefonia fixa e a venda da Vale só troxe benefícios para todos. Se você quiser fatos e números, basta ler os posts antigos deste blog.
Agora, uma coisa é privatização; outra coisa é a privatização que virou prática em muitos casos no governo FHC, que não passa de maracutaia que gera apenas concentração de renda. Certo?
Muito bem. As rodovias serão privatizadas, tá certo.

Mas então, gostaria de fazer uma pergunta ao Lula:

Para que serve o IPVA, seu calhorda corrupto? Se vai privatizar, acabe com o IPVA!

Monday, September 17, 2007

Quem precisa de um senado?

O Senado brasileiro provou ser exatamente o que sempre acreditei: totalmente inútil. Enterrou a ética e se perdeu em sua própria bizarrice e incompetência. Da corja que ocupa o senado em Brasilia, 6 deles são tão calhordas que conseguiram superar os outros que votaram pela absolvição, que pelo menos, estes têm personalidade.

Não me admira que no meio destes 6, esteja o calhorda-mor Sr. Aluisio Mercadante. Este mesmo senhor que certa vez, durante o governo FHC - num show de demagogia - peitou o Sr. Pedro Malan acusando-o de que "sua caneta Mont Blanc é mais cara do que o salário mínimo do povo brasileiro." Malan respondeu categoricamente que usava uma caneta bic e que ali não era lugar de demagogia política. Perguntado nos corredores se ele tinha algo contra a Mont Blanc, Mercadante respondeu balançando sua canetinha da mesma marca "Que nada, isso é apenas modo de falar." Mercadante é uma vergonha na política brasileira. Se abster de votar na cassação de Renan Calhorda é no mínimo cumplicidade.

Aliás, o que esperar de um país que votou em Lula? Resposta: Renan na presidência do Senado.
E pior: Mercadante se abstendo do voto.

Lembro apenas que Berzoini, presidente do PT, sugeriu que o Brasil extinguisse o Senado. E ele estava certo: o Senado não serve pra nada.

Monday, September 03, 2007

Tropa de Elite

Bem, eu assisti "Tropa de Elite". É duca. Um filme para concorrer lá fora. Nada fantasioso e açucarado como "Central do Brasil" e nem pretensioso e sem sal como "O Quatrilho", duas produções nacionais que foram superestimadas. No meio de tanta merda que o cinema nacional produz, "Tropa de Elite" é um achado. Vale a pena assistir.

Que o BOPE tem os caras mais bem treinados e determinados que qualquer corporação militar ou civil, isso todo mundo sabe. Mas uma das coisas que eu mais gostei do filme foi ver um capitão do BOPE pegando um maconheirinho universitário e descendo a porrada.

É engraçado ver como esse pessoalzinho, que se diz de esquerda, tão preocupado com o social, - com "consciência social", como eles mesmos dizem - ser tão despreocupado com tudo isso quando acende um cigarrinho de maconha. Ou ignoram quantas crianças são perdidas todo mês para o tráfico no Rio apenas para que ele possa fumar seu back, ou se são realmente uns filhos da puta sem neurônios, alienados por si só. Que maconheiro é idiota, isso não é novidade. Mas quem usa, sustenta o tráfico e a violência; portanto é cúmplice.

No mundo das drogas ou você é o traficante ou você é o idiota.

Wednesday, August 22, 2007

Olavo de Carvalho

Um ótimo site de podcast do nosso Olavo de Carvalho:

http://www.blogtalkradio.com/olavo

Ouçam!

Tuesday, July 31, 2007

O orgulho brasileiro - III

Não dá. Brasileiro é isso.

Acabou o Pan e lá se vai mais um motivo para o brasileiro se vangloriar de ser brasileiro, de viver na pátria-das-bananas e dos jecas; de sentir aquela chama ardente de orgulho que brota dentro do peito e contagia toda a nação; e que faz com que algum idiota - ou um grupo deles - escreva em letras garrafais um belo cartaz dizendo:

"Obrigado, atletas. Obrigado por resgatar em nós o orgulho de ser brasileiro."

É esse falso orgulho pátrio - que só aflora de 4 em 4 anos com a futebolice do nosso povo ou com eventos esportivos como o PAN - uma das coisas que nos faz mais idiotas que qualquer povo latino-americano.

Orgulho de quê, cacete? Brasileiro é isso: Idiota. Confunde patriotismo com patriotada.

Entretanto, isso não me impressiona mais. Nem isso e nem os poemas açucarados da TV Globo fazendo das imagens das vitórias brasileiras uma novela mexicana da pior qualidade. Junte isso aos comentários irritantes e arrogantes do Galvão Bueno durante qualquer evento esportivo onde o Brasil esteja participando. Não dá. Eu bem que torci pela nossa seleção do voley, que diferentemente do futebol, é uma equipe de atletas sérios, estudados, dedicados; e não analfabetos e ex-favelados pretensiosos como no futebol. Afinal, neste país nenhum esporte que não seja o futebol merece respeito e nem destaque na mídia. Alguém mostrou com o devido destaque os medalhistas de ouro na vela, tae kwon do, atletismo, tênis de mesa ou basquete? Alguém conhece os atletas brasileiros fora do futebol que estão sempre disputando várias provas aqui e lá fora? Futebol aqui já deixou de ser esporte, hoje é quase uma religião. Se mata e se morre por ele. E é exatamente no futebol onde reside nosso maior sentimento de superioridade, onde somos macacos mas nos sentimos super-homens; onde podemos expressar abertamente todo nosso orgulho verde-amarelo. Quando nossa seleção derrotou a Argentina - e foi essa uma das únicas vitórias do futebol brasileiro na Copa América - os jornais estampavam todos: "Humilhamos a Argentina!". Cheguei a ouvir vários comentários nas ruas do Rio, de uma gente fudida mas "orgulhosa", com com aquele sorriso desdenhoso, pretensamente superior: "Aí, isculaxamu, né!?".

Brasileiro é isso: Arrogante. Não sabe vencer com humildade.

Teve gente que ficou indignado quando eu disse em uma ocasião que achava uma tremenda babaquice essa coisa brasileira de torcer por qualquer coisa que leve o nome do Brasil. Eu torço pelo que eu julgo melhor, estou cagando para o fato de ser do Brasil. Seja cinema, esporte, música ou até campeonato de cuspe. Na grande maioria das vezes o brasileiro superestima seus competidores e os transforma em deuses perfeitos, mesmo sem conhecer absolutamente nada do que eles fazem ou do que fizeram. Na verdade, nada disso importa; basta ser brasileiro, e como se fôssemos um povo solidário e altruísta, coisa da qual estamos longe. Exemplo foi aquela torcida babaca pelo filme "Central do Brasil" no Oscar de 1998. Ouvi gente dizendo que era um absurdo o ator mirim Vinícius de Oliveira nem ter sido indicado ao Oscar e ainda que o diretor Walter Salles deveria ser indicado a melhor do mundo! Ora, brasileiro não entende de cinema, não valoriza arte e cultura; só entende de carnaval, futebol, pagode e cerveja. É isso que importa aqui: a vagabundagem e a festa. Mesmo que a brasileirada não queira aceitar, o filme "A Vida é Bela", que levou a estatueta, é infinitamente melhor. Fernanda Montenegro bem que foi a cerimônia do Oscar esperançosa e toda prosa por ter sido indicada ao prêmio de melhor atriz, mas ao perder o prêmio para Gwinneth Paltrow, não se conteve e deixou aflorar toda sua brasileirice:"O Oscar é um evento comprado; a Guinéti é uma atriz virginal."

Brasileiro é isso: Despeitado. Não sabe perder com dignidade.

O "orgulho brasileiro" é um exemplo de como somos pequenos, superficiais, prepotentes, fúteis, babacas. É uma febre que está relacionada ou com a síndrome de Caetano Veloso, que acha "tudo lindo"- já reparou que tudo nosso é o melhor do mundo? -, ou então reflexo de doenças mais sérias como cegueira, surdez, mudez e catatonia, que para piorar, tem seus momentos de extremo delírio. E isso não tem cura.

Brasileiro é isso.

Monday, July 23, 2007

Santa Vaia!

"O Nosso Guia está puto como Rio, crendo que foi o Cesar Maia que organizou a recepção dele. "

Os que estavam no Maracanã não eram os beneficiados pela Bolsa Familia, era a Classe Média sofrida. Considero as vaias no Maracanã ao LULA, a melhor e mais correta pesquisa de opinião já feita no Brasil, desde a eleição de 2002.

Foram 80.000 os pesquisados, e não 2000 ou 3000 indivíduos espalhados por 158 municípios brasileiros. Estes 80.000 estavam concentrados e livres para declarar sua opção. E a opção, foi a vaia.

Lembro-me de 1970, antes do embarque da seleção brasileira para o México, onde conquistaria o tri-campeonato.O Presidente Médici chegava ao Estádio, sem alarde, sem grandes comitivas, apenas alguns assessores, seu 'rádio de pilha' ao pé do ouvido.De repente o 'povão' percebeu sem que alto-falante algum anunciasse, que o Presidente Médici estava no Estádio. Começaram os aplausos, que foram engrossando, até que todo o Maracanã estava batendo palmas.Nunca me esqueci dessa cena. Outros, como eu, devem ter participado dessa cena histórica e lembrar-se como ocorreu.

Hoje, vi o lado oposto. Após a terceira menção ao seu nome, Lula , o falastrão, não sabia o que fazia. Foram 3 vaias. As câmeras de TV não mais focalizaram a tribuna de honra. De repente, após a fala do mexicano Presidente da ODEPA, Nuzmann pede o microfone e "declara abertos os Jogos Panamericanos".

Destruiu-se uma tradição de 14 Jogos Pan-americanos.Tudo porque Lula foi vaiado. Todo indivíduo autoritário não suporta ser questionado. Sendo umser medíocre e iletrado, aí é que não agüenta. O que aconteceu no Maracanã ,hoje , foi a suprema humilhação para este que "NUNCA ANTES NESTE PAÍS" levou tal paulada. O povo tarda mas não falha.
Já se disse que no Maracanã, apenas o Papa João Paulo II,o Presidente Médici , Frank Sinatra e Pelé nunca foram vaiados. Lula teve o que merece, há muito tempo. Ele pensa que engana a todos, todo o tempo. Agora viu que não é assim.
Veja aqui o vídeo.

Edgard LC França

PS. Marco Aurélio Garcia e Marisa Letícia estavam presentes.

Friday, July 13, 2007

A verdade está na cara

Mentiras que os (argh! vomitando!) brasileiros adoram repetir batendo no peito:

1. Brasileiro é um povo solidário. Mentira.
Brasileiro é babaca. Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza; aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade... Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária. É coisa de gente otária.

2. Brasileiro é um povo alegre. Mentira.
Brasileiro é bobalhão. Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada. Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema: Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

3. Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.
Brasileiro é vagabundo por excelência. O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe - lá no fundo- que se estivesse no lugar dele faria o mesmo. Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.

4. Brasileiro é um povo honesto. Mentira.
Já foi; hoje é uma qualidade em baixa. Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.

5. 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira.
Já foi. Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram. Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa, e não concordava com o crime. Hoje a realidade é diferente. Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal. Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas. Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

6. O Brasil é um pais democrático. Mentira.
Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente. Num país onde todos tem direitos mas ninguém tem obrigações, não existem democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. Se tirarmos o pano do politicamente correto veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que tem como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar. Democracia isso? Pense nisso! O famoso jeitinho brasileiro. Na minha opinião um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira. Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar. No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero.Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí? Afinal somos penta campeões do mundo né? Grande coisa...

6. O Brasil é o país do futuro.
Caramba, meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avós se ainda estivessem vivos. Dessa vergonha eles se safaram... Brasil, o país do futuro!? Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo. Deus é brasileiro. Puxa, essa eu não vou nem comentar... O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.

Para finalizar tiro minha conclusão: O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente. Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta. Afinal aqui não tem terremoto, tsunami, nem furacão. Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce! Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?

Arnaldo Jabor

Tuesday, June 05, 2007

E as ovelhas somos nós...

Sou um defensor da Pena Capital, quem me conhece sabe disso. Digo isso sem o menor pudor. Acho que seria de enorme benefício para toda sociedade se começássemos a tratar nossos criminosos com mais rigor. No Japão recentemente a polícia gastou apenas uma bala para "negociar" com um sequestrador que fazia 3 crianças como reféns; não foram necessários dias e dias de cercos inúteis como faz nossa polícia aqui no Brasil para no final dar em nada.

E já adiantando, gostaria de esclarecer alguns pontos para aqueles que se dizem contra a Pena Capital, pessoas que se apegam a argumentos furados e preconceituosos. Rebateremos os mais comuns:

1ª objeção: Não pode haver pena de morte porque podem acontecer erros e acabar-se matando inocentes. Resposta: Segundo esse argumento, tudo o que contém algum risco de erro é ilegítimo. Se esse argumento procedesse, deveriam ser proibidos o avião e o automóvel, porque acontecem vários acidentes por ano e muitos inocentes morrem. "Abusus non tollit usum" (o abuso não tolhe o uso), é uma máxima do Direito absolutamente verdadeira. Caso contrário, a vida em sociedade seria impossível.



2ª objeção: Um erro não justifica outro. Resposta: a objeção normalmente parte do pressuposto de que a pena de morte é um erro, sem se dar ao trabalho de provar isso.Se assim fosse, a mãe não poderia bater no filho quando ele faz alguma travessura, já que bater é errado e não poderia ser usado para corrigir outro erro. Dever-se-iam extinguir as cadeias, porque os erros dos criminosos não justificariam outro erro que é o cárcere forçado.E assim por diante...



3a. objeção: Só Deus pode tirar a vida. E Ele ordenou: "Não matarás".Resposta: Então, a Bíblia estaria errada quando diz: "O que ferir um homem querendo matá-lo, seja punido de morte" (Êxodo 21,12). "O que ferir o seu Pai ou sua Mãe seja punido de morte" (Êxodo 21,15). "Aquele que tiver roubado um homem, e o tiver vendido, convencido do crime, morra de morte"(Êxodo 21,16).Na verdade, a ordem divina "Não matarás" significa que ninguém pode matar sem motivo, sem razão. Não impede o assassinato em legítima defesa. Ora, a pena de morte nada mais é do que a legítima defesa da sociedade contra o criminoso.Se a objeção procedesse, não haveria previsão da pena de morte na Bíblia.



4ª objeção: A Igreja Católica é contra a pena de morte. Resposta: A Igreja sempre ensinou que a pena de morte é legítima. Ela não poderia ir contra o que a Bíblia ensina de modo tão explícito.Vários santos defenderam a pena capital, entre eles: São Jerônimo, o doutor máximo das Escrituras, Santo Agostinho, São Pio V, São Pio X e São Tomás, o maior doutor da Igreja.Quem se opõe à pena de morte não é a Igreja, mas alguns padres e bispos.São Paulo ensinou que a pena de morte é legítima: "Paulo, porém, disse: Estou diante do Tribunal de César, é lá que devo ser julgado; nenhum mal fiz aos Judeus, como tu sabes muito bem. E, se lhes fiz algum mal ou coisa digna de morte, não recuso morrer..." (Atos XXV, 10-11).São Paulo afirma que existem ações que são dignas de morte. É, portanto, favorável à pena capital. Diz ainda, em outra passagem: "Os quais, tendo conhecido a justiça de Deus, não compreenderam que os que fazem tais coisas são dignos de morte; e não somente quem as faz, mas também quem aprova aqueles que as fazem" (Rom I, 32).



5ª objeção: Não se pode punir os criminosos com a morte. Ninguém tem esse direito.Resposta: É necessário punir os faltosos. A justiça manda "dar a cada um o que é seu".Quando um ladrão rouba uma pessoa, cometeu uma injustiça e a vítima, além da sociedade, é "credora" desse ladrão. Então, para se fazer justiça, o ladrão deve pagar. Restituir o que subtraiu à vítima e pagar uma pena.Por isso sempre se diz: "O criminoso está em dívida com a sociedade", "Já paguei minha dívida com a sociedade".Os maus devem ser punidos, é o que ensina São Tomás na "Suma contra os gentios", em que cita algumas passagens da Bíblia:Diz o Apóstolo: "Não sabeis que um pouco de fermento corrompe a massa?" (ICor 5, 6e13), acrescentando logo após: "Afastai o mal de vós". Referindo-se à autoridade terrestre, diz que: "Não sem razão leva a espada, é ministro de Deus, punidor irado de quem faz o mal" (Rm 13,4). Diz S. Pedro: "Sujeitai-vos a toda criatura humana por causa de Deus; quer seja rei, como soberano; quer sejam governantes, como enviados para castigar os maus, também para premiar os bons" (1Pd 2,13-14).De acordo com essas passagens, a punição é necessária, e os governantes têm o direito de punir.A pena deve ser proporcional ao agravo. Desse modo, para uma infração leve devemos ter uma pena leve, para uma infração média, uma pena média, e para uma infração grave, por exemplo, um assassinato, devemos ter uma pena forte, que é justamente a pena de morte.Por isso a Bíblia elenca vários crimes que são dignos de morte.



6ª objeção: A pena de morte não resolverá nada. Os EUA são a prova disso.Resposta: Resolve sim. Primeiro porque um apenado com a pena capital não cometerá crimes novamente. Segundo, porque nos países onde ela existiu, no decorrer da história, sempre houve baixa criminalidade.Por exemplo, na França. Em Paris, entre 1749 e 1789 - quarenta anos -aconteceram apenas DOIS assassinatos.E hoje em dia, nos países que aplicam a pena máxima - como é o caso dos países árabes e de Cingapura - há baixíssima criminalidade.Nos EUA, se não houvesse pena de morte haveria ainda mais crimes. Além disso, o sistema americano é imperfeito; há poucas condenações e os processos são demorados demais.Em New York a criminalidade está despencando e um dos motivos é a aprovação da pena de morte.



7ª objeção: É uma falta de caridade com o criminoso. É contra os princípios cristãos.Resposta: Pelo contrário. Como ensina São Tomás, o ódio perfeito pertence à caridade. A pena de morte na verdade é caridosa. Quando aplicada a um criminoso irrecuperável, ela impede que ele cometa mais crimes, ou seja, impede que cometa mais pecados.Como dizia São Domingos Sávio, "é preferível morrer a cometer um pecado mortal".Além disso, a pena capital, é uma excelente oportunidade para que o criminoso se arrependa de seus crimes e ofereça sua vida como pagamento de seus pecados.O criminoso, no corredor da morte, tem uma rara oportunidade de salvar-se, bastando arrepender-se e confessar a um sacerdote antes da execução.



8a. objeção: Não se pode abreviar a vida porque existe a possibilidade de uma graça futura ou de um arrependimento futuro.Resposta: Ora, para Deus não existe tempo. Se tal pessoa deveria receber uma graça no futuro, Deus "anteciparia" tal graça.Por outro lado, a Justiça não pode trabalhar com meras "hipóteses" ou "suposições".Na argumentação de São Tomás, o perigo de um criminoso para a sociedade é maior do que a chance dele se converter, e por isso deve ser eliminado.



9a. objeção: Jesus Cristo foi contra a pena de morte. Resposta: Jesus Cristo é Deus. Deus é o autor mediato da Bíblia. Se a pena de morte fosse errada, não haveria previsão na Sagrada Escritura.No Novo Testamento há várias passagens pró pena de morte: S. João XIX, 10-11: "Então disse-lhe Pilatos: Não me falas? Não sabes que tenho poder para te crucificar, e que tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Tu não terias poder algum sobre mim se te não fosse dado do alto...". Ou seja, Deus deu a Pilatos, autoridade constituída, o direito de aplicar a pena de morte. É claro que com Nosso Senhor, Pilatos usou mal esse direito. E no Apocalipse: Apoc XIII, 10: "Quem matar à espada importa que seja morto à espada".



10ª objeção: As pessoas que defendem a pena de morte assim o fazem porque não serão elas as executadas. Se um filho dessas mesmas pessoas estivesse no corredor da morte seriam as primeiras a protestarem contra a pena capital. Resposta: Se esse raciocínio fosse verdadeiro, teríamos de acabar com todas as penas, porque quem comete um crime não quer ser condenado, mesmo que tenha defendido a pena para esse crime. O argumento equivale a dizer: "As pessoas que defendem a pena de cárcere forçado assim o fazem porque não serão elas as prisioneiras. Se um filho dessas mesmas pessoas estive presa seriam as primeiras a protestarem contra a prisão".



11a. objeção: Quem é contra o aborto, não pode ser a favor da pena de morte.Resposta: Raciocínio torto esse, totalmente "non sense". Somos a favor de punir bandidos, e não inocentes que nunca fizeram nada. Esse raciocínio é o equivalente a dizer: "quem é contra prender uma criança durante 10 anos numa cela, não pode ser a favor de prender um criminoso por 10 anos numa cadeia".A tese contrária é verdadeira "Quem é a favor do aborto não pode ser contra a pena de morte". Se alguém defende o assassinato de uma criança inocente, não poderá ser contra a execução de um bandido.Infelizmente, hoje em dia, há várias pessoas que são favoráveis ao assassinato intra-uterino (aborto) e são contra a pena de morte. É o cúmulo do "non sense".



12ª. objeção: Se no passado ela poderia estar certa, a pena de morte hoje em dia não tem mais cabimento. A tendência do mundo é de acabar com ela, não podemos impedir a evolução das coisas. A pena de morte não é compatível com um mundo civilizado.Resposta: De acordo com esse raciocínio as tendências do mundo moderno são todas excelentes e inatacáveis.Entretanto, hoje a tendência é de que os partidos neo-nazistas cresçam. Então, esses partidos estariam certos? A tendência é o deficit público aumentar. Então, o deficit é bom? A tendência é o trânsito aumentar, a criminalidade aumentar."Tendências" não significam nada, podem ser ruins ou boas.Não existe "evolução" para a verdade.É justamente hoje em dia que precisamos mais da pena de morte, porque há mais crimes.Civilizado é um mundo com baixa criminalidade e não um mundo em que se mata por nada.



13ª. objeção: As penas devem ser educativas, para recuperar o criminoso, e não para vingar.Resposta: Toda a pena é vindicativa. A recuperação do criminoso está em segundo plano.O primeiro dever do Estado é proteger a sociedade, e não recuperar o indivíduo. O todo vale mais que a parte.Ademais, a pena de morte é extremamente educativa para todo mundo.



14ª objeção: A maioria das pessoas é contra a pena de morte.Resposta: Não é verdade. A maioria das pessoas é a favor da pena capital.Nos EUA em torno de 75%, no Brasil deve ser também. Bastaria um plebiscito para confirmar esse dado.



15ª. objeção: Não se pode punir os criminosos com a pena capital porque a culpa é da sociedade. A pobreza é que causa a criminalidade. São traumas psicológicos que causam o crime.Resposta: Então, a Igreja estaria errada quando ensina que existe o livre arbítrio e, por causa dele, podemos escolher entre o bem e o mal.Os crimes existem em função da maldade humana que escolhe o mal em vez do bem.Se a sociedade fosse a culpada, não poderia haver Direito, não poderia haver nenhum tipo de repressão. O próprio Direito Civil seria inútil, pois, todo o inadimplente poderia alegar que não pagou por culpa da sociedade, e o credor não poderia cobrá-lo.O mesmo aconteceria com os "traumas psicológicos".Dizer que a pobreza causa a criminalidade é dizer que todo pobre é ladrão. Ou seja, é uma frase preconceituosa.Se fosse assim, a Índia, um dos países mais pobres do mundo, seria o mais violento. Entretanto, é um país com baixa criminalidade.



***
CONCLUSÃO:


A proibição da pena de morte não tem suporte lógico nenhum.


Não existe argumentação eficiente contra a pena capital.
O que explica as pessoas serem contra ela, além de uma visão totalmente falsa da caridade, é o sentimentalismo, no fundo materialista, representado por frases como estas: "não se pode punir", "devemos ter piedade do assassino", "coitado do bandido".



Nenhum pastor, em sã consciência, trocaria um rebanho de ovelhas por um lobo. Ele não hesitaria em matar o lobo.
O nosso triste mundo do século XX, porém, preserva o lobo e mata as ovelhas.
O pior é que nós somos as ovelhas...

Thursday, April 19, 2007

Francis faz falta

Sarah, grande Sarah. De novo transcrevo um post genial dela:

"Certa vez vi uma entrevista com Paulo Francis em que ele dizia que pagar imposto no Brasil é o mesmo que fazer caridade. Corretíssimo.

Os sem-nada estão agitando seus barracos. Os sem-teto, os sem-camisa, os sem-comida, os sem-pinga, os sem-dente, os sem-bom senso. E eu pagando imposto. Eu pagando minhas contas. E eu acordando cedo pra trabalhar. Eu com medo de andar na rua sozinha depois no anoitecer. Eu sendo abordada por crianças enquanto como: “Tia, me dá um lanche?”. Todo mundo está pedindo alguma coisa. E eu vou pagando o pato.

Não dou dinheiro pra pedinte. Nunca, não compro bala de criança, não dou moeda pra pinga. Mas estou, mesmo indo contra minhas convicções, pagando para o Lulete encher os pedintes de trocados. Eles estão ganhando sem colaborar em nada para o país. E eu, sou obrigada a achar isso justo. Porque, ai de mim, destratar pobre coitado sem dente e sem teto.Talvez eu deixe de pagar impostos. Talvez eu arranque meus dentes e encha minha cabeça de piolhos, faça 7 filhos com homens diferentes, tão sem dentes quanto eu. Talvez eu ache que assim, o governo está fazendo justiça pra mim. Porque até agora, eu só estou tomando um nabo bem grande.

Inventaram o bolsa-aluguel.

“Tia, me dá essa coca que você tá bebendo?”Isso eu ouvi ontem de uma gordinha de rua (???), suja e descabelada, enquanto saía do restaurante. Ninguém tem vergonha de pedir neste país. As pessoas se acham no direito de receber caridade. E você é obrigado a ser caridoso. Porque quando disse “não, eu estou bebendo” as pessoas à minha volta olharam feio pra mim."

Wednesday, March 14, 2007

Perdeu, perdeu...

Isso é clichê, mas eu tenho que repetir: O Rio está violento. Roubos de celulares, por exemplo, é rotina de quem trabalha no centro da cidade. Recentemente um amigo foi abordado por um vagabundo em frente ao Tribunal de Justiça do Rio que segurou seu celular repetindo como um retardado "Perdeu, perdeu, perdeu."

Ontem, depois do almoço, presenciei uma cena dessas. Vinha caminhando com mais 3 colegas de trabalho, por volta das 14:00, quando vimos um vagabundo correndo na nossa direção todo desnorteado. Foi aí que vi logo atrás do verme, uma pistola preta e brilhante quase encostada na cabeça dele. A pistola foi a primeira coisa que vi, depois foi que vi o cara que a segurava, possivelmente um policial civil à paisana, ou fazendo freela de segurança para alguma empresa. O bandidinho, de seus 23 anos no máximo, foi jogado no chão e imobilizado, quando a vítima - apenas mais um rosto na multidão - de seus 55 anos, veio correndo para pisotear a carinha do band. Juntou gente e eu também fui lá na vã esperança de poder dar meu pontapé. Quem sabe quebrar uma costela ou o nariz por exemplo. Mas o policial não permitiu e o cara ficou lá, deitado no chão, de bruço, calado e imóvel.

As vezes penso que se cada um tivesse a chance de poder largar o dedo em cima de um vagabundo desses por dia, ou se pudessemos ter o privilégio de assistir ao linchamento ou ao espetáculo de pendurar um cabra desses pelos testículos numa rua como a Sete de Setembro ou o Largo da Carioca, enquanto o público - nós - tomamos um café expresso ou um chopp gelado, o centro do Rio seria um lugar ainda mais divertido.

Quem sabe chegue um tempo onde a frase "bandido bom é bandido morto" seja a ordem do dia e cada vez que pegarmos um bandidinho desses, possamos dizer olhando no fundo dos olhos dele:

"Sabe a essa sua merda de vida? Perdeu, perdeu, perdeu."

Friday, March 09, 2007

Bush veio!

Não dava para não escrever. Todo mundo me cobrando alguma opinião sobre a visita de George W. Bush ao Brasil. Vou escrever, mas definitivamente vocês não merecem. Minha tarefa de combater a idiotice num país como o nosso é totalmente inócua. Mas vou escrever.

Começo dizendo que adoro quando ouço aquelas reações acaloradas daquele pessoalzinho antiamericanista, vegetariano e comedor de glúten. Me divirto, é verdade. Eles dizem que o Bush é imperialista ! ha. ha, ha. Na verdade, dizem - e acreditam nisso! - que o Bush é o grande culpado pela situação lamentável dos países subdesenvolvidos. De todas as queixas, esta é a que me deixa mais impressionado com a tamanha imbecilidade: que o Bush e os EUA são os causadores do subdesenvolvimento. Aqui no Brasil - odeio pronunciar este nome, tenho medo de alguém achar que tenho orgulho e respeito por isso aqui - é muito comum colocar em alguém que está acima de nós toda a responsabilidade pelas desgraças que acontecem em nossas vidas. E acima de tudo, do patrão, do presidente, da TV está os EUA, o grande culpado pelo menino de 8 anos que joga bolinha no sinal.

O brasileiro devia olhar mais para si. Devia parar de culpar os outros pela desgraça que está vivendo. Elegeu o maior dos incompetentes e ainda acha que chegaremos a alguma coisa além de uma nação bestial, pretenciosa e indolente.

E os EUA? A maior potência mundial. O Brasil devia aprender com eles. "Imperialismo" no meu entender é capitalismo lucrativo (Boa, Sarah!). Se o Brasil fizesse como os EUA, e lutasse lá fora pelos seus interesses - e não desse tapinha nas costas do Evo Morales - , talvez daqui há uns 200 anos saísse dessa condição de vítima. Mas prefere chamá-los de "imperialistas" e viver comendo calango. O Brasil tem muito a aprender com os EUA, até mesmo com os erros. Para ser primeiro mundo, é preciso pensar como primeiro mundo. Se fazer de vítima é pura brasileirisse.

Por isso tiro o chapéu para o Bush.
Prefiro alguém que faz as coisas certas pelos motivos errados do que quem não faz M nenhuma; ou como diz a Sarah "Entre a soma CUT+Lula cagando nos cantos, e o Bush cagando na privada, eu fico com o mais educado.".

Thursday, January 25, 2007

Então tá jóia

Transcrito do Blog da Sarah (http://www.demenciasaparte.blogspot.com/), muito bom!

Então tá jóia
Pra não dizerem que eu , neste blog, somente condeno os pobristas, os hippies, os lulistas e os"istas" coitados do mundo por serem basicamente incompetentes, vamos abordar outro lado da moeda.

Eu passei ontem no mercado em torno das 22h. Eu moro ao lado de um mercado em um dos bairros "riquinhos" de São Paulo, apesar do meu apartamento ser simples e, ainda bem, baratinho. Ali, é possível encontrar entre as gôndolas recheadas de queijos importados e vinhos renomados, vários tipos de pessoas. É difícil ver gente simples ali, simplesmente fazendo compras. Vejo executivos enchendo os carrinhos com barras de cereais, frutas e vodka. Tiazinhas malhadas comprando leite de soja e queijo frescal. Casais com pacotes de chocolate e potes de sorvete Hägen Dasz. É um mercado caro, superfaturado, mas vá lá, tem produtos bons e é limpinho. - Só adicionando,outro dia fui ao Extra, e ao passar pelo corredor de bebidas o cheiro forte de urina me embrulhou o estômago. Seria a marca de um bebum mal-educado ou um monte de ratos com incontinência? O nojo, fica na mesma.

Bom, lá estava eu passando minhas comprinhas de última hora quando não pude deixar de notar duas mulheres na minha frente, na fila do caixa. Elas levavam 15 garrafas de Gatorade, 20 pacotes de chocolate, shampoo e desodorante. Uma delas usava uma bengala, mas não era velha, devia ter seus 40 anos. A cara da sujeita era semi-deformada pela ação do excesso de botox e plásticas repuxantes. A outra, bem , devia ser filha da Sra. Botulínica. O estranho não eram as compras, ou a bengala, ou a cara deformada. Elas estavam abarrotadas de jóias. Eram correntes e mais correntes grossas, douradas, diamantes cravejados no relógio, nos anéis, nos balagandãns do pescoço.

Tipo, euzinha aqui adoro diamantes, acho lindo, quero muito ter um anel solitário, um dia desses ou em um futuro distante. Afinal, é a estrutura perfeita do carbono. Mas sabe, fazer compras com tantas jóias penduradas em si mesmo não me parece natural. Aliás, em nenhuma situação isso seria natural. É meio em que uma overdose de babaquice. Típico rico que não sabe ser rico. Típico rico que acha que as coisas boas da vida se resumem em fazer compras. Seja em N.Y, São Paulo ou Tokyo, o mundo existe para que eles comprem bolas inúteis de diamantes e usem todas ao mesmo tempo. São pessoas absolutamente sem noção, não no aspecto de "ai tem gente passando fome" (porque esse não é meu problema) mas no aspecto de "pqp, ela anda com truçentas porcarias no pescoço para provar por a+b que é rica". É necessário? Isso é sinal de classe? É sinal de quê, eu me pergunto.

E respondo: É sinal de vulgaridade. Não há dinheiro ou diamante no mundo que dê classe para uma pessoa. Um diamante mais parece uma pedrinha de vidro no pescoço de alguém assim. Ela só se sente especial, importante e valorizada se estiver cercada de pedras ou metais preciosos. Porque se você tirar tudo dali, ela só vira mais uma mulherzinha ordinária, viciada em gatorade, chocolate e cirurgias estéticas. Nada diferente da Dona Raimunda que frequenta o armazém "Bom Jesus" na favela de Paraisópolis.

Friday, January 19, 2007

Mercosul destaca respeito à democracia em declaração

Impressionante como o Mercosul, que desta vez enfatizou tanto a democracia, desconsidera este momento em que o filhote de Fidel Castro - o falastrão e ditador Hugo Chávez - consolida seu governo numa escalada crescente de autoritarismo e populismo terceiro mundista.

O presidente da Venezuela - se é que podemos chamar este usurpador assim - é o exemplo de como os governos latino-americanos vêm se transformando em algo que não sabemos o que é, e que o próprio Chàvez mesmo chama de "socialismo do século 21". Um sistema de governo abertamente populista, autoritário e incompetente.

Hugo Chávez está perdendo o petróleo da Venezuela. Há duas coisas certas sobre petróleo: o preço será sempre instável e um dia ele vai acabar. Para se ter uma idéia da instabilidade de preços, em julho o barril estava perto de US$ 80 e ontem fechou em US$ 54.
Por isso, os países que têm petróleo deveriam usar essa riqueza temporária e oscilante para construir o futuro de seus povos. Poucos conseguiram fazer isso. A Noruega conseguiu. Os Países Árabes, nunca.

A Venezuela já perdeu todas as ondas de alta de preços e agora está perdendo outra num projeto confuso conduzido por mais um caudilho latino-americano fora de época. A PDVSA, empresa petrolífera da Venezuela, mesmo com a abundância dos dólares que recebe, investe menos da metade do que a Petrobras investe, e um terço do que a Pemex, do México, investe.
O dinheiro da empresa é todo controlado por Chávez para fazer políticas sociais e distribuição de bondades aos países sobre os quais ele quer ter influência como Cuba, Bolívia e Nicarágua.
As políticas sociais seriam um bom destino de parte dos lucros do petróleo, se fossem para mudar o país, resgatando os mais de 60% da população que vivem na pobreza. Mas são políticas sociais com o objetivo de construir a base política de Chávez para seus projetos ditatoriais e não com a meta de tirar os pobres da pobreza.

Ninguém sabe o que é esse socialismo de Hugo Chávez. O que ele não esconde é que quer se eternizar no poder. Ontem mesmo ele pediu ao Congresso mais poderes e nomeou uma aliada fiel para comandar nova reforma da Constituição, para que ele possa se reeleger por uma quarta vez, quinta vez e assim sucessivamente.

A única coisa certa sobre Hugo Chávez é que ele manipula a democracia para destruí-la.